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Antes mesmo de terminar o ensino médio, a estudante Isadora Stefanhak Costa Arantes, de 17 anos, já é dona de um currículo repleto de prêmios, medalhas, homenagens e cartas de recomendação. A moradora de Eldorado do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre, comemora a aprovação em um curso promovido pela Nasa, nos Estados Unidos.
"O curso tem várias atividades. Se aprende a montar Rovers, aquele robôs que andam em Marte ou na Lua. Satélites também, principalmente aqueles com nanotecnologia, super pequenininhos, e simuladores de microgravidade. É um curso pra jovens de até 18 anos", conta.
O programa de treinamento para astronautas, Advanced Space Academy, é um dos passos para Isadora seguir a carreira como astrofísica. Aulas sobre astronomia e engenharia espacial fazem parte do cronograma de estudos.
"A inscrição pra esse processo seletivo eu fiz pelo site da Nasa, tinha uma série de coisas que eu precisava preencher para eles me avaliarem. Entre elas, pediam pelo menos duas cartas de recomendação, eu coloquei dez", brinca a estudante.
O curso deveria acontecer em julho deste ano, mas devido à pandemia do coronavírus foi adiado para 2021. Os encontros serão no estado do Alabama.
"Eu comecei a me interessar por astronomia aos 12 anos. Com 13 eu já estava certa que queria algo relacionado a física, astronomia e engenharia aeroespacial. Pra mim, não tem coisa mais sensacional do que você juntar as teorias da física com astronomia, que é o estudo do universo".
Curiosa, a jovem, que foi medalha de ouro numa olimpíada nacional de astronomia e astronáutica, busca conhecer as respostas do porquê da existência das coisas.
"Eu tenho planejamento de vida que quero estudar astrofísica e biologia. Eu quero focar na astrobiologia também, ela estuda a origem da vida no universo e se existe vida além da gente. Eu acho isso fantástico", explica.
Incentivada pelos pais, Isadora tem o apoio e suporte da família, que deu à estudante um telescópio para que ela pudesse explorar ainda mais sua paixão.
"A gente incentiva o estudo, o conhecimento. Ela é muito especial. O que escolher, vou apoiar. Ela sai do lugar comum, é um orgulho", comemora a mãe Giselda Stefanhak.
Na escola em que ela estuda, Cenecista Santa Bárbara, na cidade de Arroio dos Ratos, Isadora encontrou um grupo de amigos também interessados pela temática, então, montaram um grupo de foguetes. No começo era simples, garrafas pet eram usadas como material. Com o tempo, os estudantes foram se aprimorando.
"O grupo tinha seções, a de engenharia que era sobre o estudo do corpo do foguete, a parte de logística e design, que cuidava da propaganda e do próprio design do foguete. E a parte de química, que é responsável pelo combustível usado. A tecnologia cuidava do para-quedas, que cuidava da recuperação do foguete e da ignição", lembra.
Todo o trabalho do grupo tinha apoio e supervisão da professora Ester Rosári Raphaelli Dal Ben. Já Isadora ainda conta com um suporte online do astrofísico Alberto Alves de Mesquita.
"Eu tenho esse sonho e continuaria independente da participação de outras pessoas ou não. Mas o apoio de professores é fundamental pra isso e de amigos, com certeza, deixa tudo mais divertido".
Fonte: G1