Projeto “Micareta Sustentável e Solidária” chega à 2ª edição com meta de superar 6 toneladas de resíduos recicláveis

Durante a Micareta de Feira de Santana 2025, que acontece de 1º a 5 de maio, catadores e catadoras de materiais recicláveis voltam a ser protagonistas de uma importante ação de impacto ambiental e social. Pelo segundo ano consecutivo, o projeto Micareta Sustentável e Solidária vai atuar no circuito da festa promovendo a inclusão socioeconômica desses profissionais e a destinação correta de resíduos sólidos, com o objetivo de superar as mais de 6 toneladas de materiais recolhidos em 2024. Este ano, a iniciativa contará com duas centrais de coleta estrategicamente instaladas no circuito da Micareta, ampliando o alcance da ação. Ao todo, 200 catadores e catadoras participarão do projeto — sendo 50 cooperativados(as) e 150 autônomos(as).

Na edição passada, foram arrecadados 6.314,46 kg de recicláveis – entre eles, 4.880 kg de latas de alumínio e 1.434 kg de plásticos. Este ano, com a ampliação do projeto e o reforço de parceiros, a expectativa é ir além dos resultados anteriores, garantindo renda, valorização e proteção aos catadores, ao mesmo tempo em que se contribui para a preservação ambiental.

A ação é realizada pela ONG Centro de Arte e Meio Ambiente (CAMA), junto com a Associação Regional de Trabalhadores em Materiais Recicláveis de Feira de Santana e Municípios Vizinhos (ARTEMARES), a Associação Rede Solidária de Desenvolvimento Integral (Redesol) e a Cooperativa dos Badameiros de Feira de Santana (Coobafs). O projeto conta com o apoio do Governo do Estado da Bahia, por meio das Secretarias do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE) e da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), além da empresa Sustentare, da Prefeitura Municipal de Feira de Santana e do Ministério Público do Trabalho.

Serão distribuídos 200 kits de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), com luvas, botas, protetor auricular e capa de chuva, além de fardamento (camisa e calça). Também serão entregues eco mochilas, produzidas a partir do reaproveitamento de lonas vinílicas, promovendo o conceito de economia circular e solidária. A confecção dos uniformes foi realizada pela Cooperativa Rede Produtoras da Bahia.

“As Centrais de Valorização e Inclusão dos Catadores(as) de materiais recicláveis estarão presente mais uma vez no circuito, para recepcionar os resíduos sólidos recicláveis e facilitar a separação, a comercialização e a destinação final adequada dos materiais. Isso fortalece a atuação dos catadores(as) e reforça o papel ambiental que eles exercem durante o evento”, destaca Joilson Santana, coordenador executivo da ONG CAMA.

Além da atuação prática na coleta e separação, os participantes também receberão orientações sobre segurança no trabalho, boas práticas ambientais e técnicas de triagem. A expectativa é que o projeto reforce, junto à população, a consciência sobre a importância da reciclagem e do respeito ao trabalho dos catadores(as).

A Importância da Reciclagem no Brasil

Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), apenas 4% dos resíduos sólidos urbanos são reciclados no Brasil. Isso apesar de o país produzir cerca de 82,5 milhões de toneladas de lixo por ano (dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, edição 2022). Materiais como o alumínio podem levar mais de 100 anos para se decompor, enquanto plásticos podem persistir por até 400 anos no meio ambiente, o que reforça o papel crucial da reciclagem para a sustentabilidade das cidades.

Ana Carine Nascimento, também representante da ONG CAMA, enfatiza: “Esse projeto não é apenas sobre resíduos, é sobre justiça social, dignidade e valorização de um trabalho que muitas vezes passa despercebido. Quando a sociedade reconhece o valor do catador, a gente constrói um futuro mais limpo e mais justo para todos.”

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