Maryzélia homenageia Jovelina Pérola Negra na Micareta de Feira

“D. Jovelina é referência no samba, em especial o de partido alto. Sua obra tem influência significativa na minha formação musical e no meu trabalho. Há cerca de dois anos estou conhecendo melhor o legado da nossa rainha no Rio de Janeiro, onde ela solidificou sua carreira e meu ofício está sendo bem recebido. Homenageá-la no trio elétrico ao lado de Cassiana, dona de um trabalho inspirador, me deixa muito feliz”, declara a intérprete feirense, que também vai levar suas raízes baianas, o samba de roda, para a Micareta 2017.

Jovelina Pérola Negra

Dona de uma voz rouca e firme, a cantora e compositora deu continuidade ao estilo de fazer samba de Clementina de Jesus, de quem herdou o título de Rainha do Partido Alto. Sua história é exemplo de luta e superação. Trabalhou como empregada doméstica e vendedora ambulante de linguiça, mas nunca desistiu do sonho de fincar seu nome na história da música brasileira. Era fã de Bezerra da Silva e sob sua inspiração começou a fazer apresentações no Rio de Janeiro, sua cidade natal. Com a carreira em ascensão, começou a se apresentar ao lado de nomes também consagrados no samba carioca, a exemplo de Roberto Ribeiro. Jovelina Pérola Negra é uma das responsáveis pela condução do samba de fundo de quintal e do pagode para a linha de frente da MPB. A artista começou a gravar com cerca de 40 anos de idade. Entre os álbuns gravados está o "Vou na Fé", de 1993, com o qual ela conquistou disco de platina. A sambista morreu de enfarte, aos 54 anos, em 1998, enquanto dormia em sua casa na cidade do Rio de Janeiro. O corpo dela foi enterrado em clima de festa, com familiares, amigos e fãs cantando seus maiores sucessos. Jovelina Pérola Negra deixou três filhos e dois netos.