Laiane Cruz
O Deputado Estadual Zé Neto (PT), líder do governo na Assembleia Legislativa, falou na manhã desta quinta-feira (18), em entrevista ao Acorda Cidade, sobre os investimentos feitos pelo governo do estado na Micareta de Feira 2017. De acordo com o deputado, foram investidos aproximadamente 7 milhões de reais na festa e considera que sem esse aporte financeiro a prefeitura não teria condições de realizá-la.
“O investimento do governo municipal sem o investimento do governo do estado não faria a micareta. A micareta se tornou a festa mais violenta do estado e a gente recuperou isso. Fizemos um esforço grande, recuperamos e só de segurança pública o investimento é maior do que todo o que foi feito pela prefeitura”, afirmou Zé Neto.
Ele aproveitou a oportunidade para criticar a licitação que contratou uma produtora para contratar e pagar 48 bandas locais que irão tocar na Micareta de Feira. “Com os artistas de Feira, a prefeitura investiu R$ 220 mil e está errado. Isso foi um crime contra a cidade, porque isso aí não foi menor preço. Essa licitação tinha que ser pelo preço certo, porque para o artista fica inexequível. Como um artista vai com R$ 3.500 para a rua e ainda pagar imposto?”, questionou.
Segundo Zé Neto, o governo contratou mais de 13 mil postos de plantão, sendo que cerca de sete mil policiais entre homens e mulheres estarão nas ruas, e financiou outras ações que serão feitas durante o período da folia com apoio do estado.
“Colocamos a Sepromi (Secretaria de Promoção da Igualdade), que veio para trabalhar com a parte de esclarecimento sobre o racismo. A Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) faz uma equipe especial para trabalhar a questão da mulher. O Detran (Departamento de Trânsito) tem toda uma equipe, que fará esclarecimentos, documentos e apreensões de carro. Tudo isso é feito para que a gente possa dar à cidade um retorno do que a gente tem de importante do governo para trazer”, elencou.
O deputado lembrou ainda dos investimentos feitos através do programa Ouro Negro. “Esse ano nós abrimos para trinta entidades. 21 entidades recebem uma ajuda significativa para manter os blocos afros, afoxés, reggaes, a parte do movimento negro”.
Em entrevista por telefone, o secretário de Cultura, Esporte e Lazer do município, Edson Borges, rebateu as afirmações do deputado Zé Neto e disse que quando ele era secretário de Comunicação da cidade, na gestão do governador Jaques Wagner, o governo do estado só liberou R$ 60 mil através da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa).
“Agora, eu, como secretário de Cultura, Esporte e Lazer, desde fevereiro, que eu venho fazendo gestões na Bahiatursa. Nós credenciamos uma empresa e assinamos uma carta de exclusividade, exigida pela Bahiatursa, para que essa empresa, a Viver Produções, fizesse a captação de recursos e fizesse gestões junto ao governo do estado para conseguir alguma coisa. A empresa recebeu um projeto completo da Micareta de Feira, um livro, com fotografias, dados, as cotas de patrocínio e enviamos ao governo do estado. A micareta começa hoje e nós não tivemos uma resposta se eles teriam recebido ou não. Isso tudo é documentado e eu posso provar”, disse.
Edson Borges afirmou que a prefeitura de Feira já investiu cerca de R$ 600 mil na contratação de atrações locais para a Micareta, e que o governo municipal não pode interferir na contratação de bandas pequenas que não possuem cadastro de pessoa jurídica.
“Antigamente essas bandas pequenas, que tinham cachês entre R$ 5 e 8 mil, a prefeitura contratava através de três produtoras. Então por cobrança do Tribunal de Contas dos Municípios e do Ministério Público, nós fizemos essa licitação estabelecendo o limite de 320 mil reais para contratação de 48 bandas. A empresa vencedora deu um desconto de R$ 100 mil e ganhou a licitação com R$ 220 mil. A licitação é Lei Federal e ganha o menor preço. Além desses 220 mil, só com escola de samba, blocos afro, blocos de capoeira, investimos mais de 200 mil reais”, explicou.
Conforme o secretário, a prefeitura também contribui com a segurança pública na Micareta fornecendo 1.300 tickets alimentação e 3 mil litros de combustível para a Polícia Civil, além de 30 hospedagens para policiais civis que vêm de fora, cinco hospedagens para prepostos do Detran, dentre outras ações.