Empresário opina data da Micareta de Feira: “Arriscaria fazer um Carnaval antecipado”

Com o anúncio de que o Camarote da Central Mix não vai participar da Micareta 2025, o empresário do setor de entretenimento e diretor da Central Mix, Erivaldo Cruz, falou ao Acorda Cidade sobre as dificuldades que impediram a continuação do camarote este ano e também opinou sobre o futuro da festa.

Ele esteve no programa Acorda Cidade nesta quinta-feira (6), onde afirmou que uma das mudanças que faria na Micareta de Feira de Santana seria na data.

“A data é um tema muito tratado e, se eu tivesse que mudar, eu arriscaria fazer um Carnaval antecipado, mas não seria em janeiro. Seria sempre duas semanas antes do Carnaval de Salvador para aproveitar os turistas que estão no estado”, afirmou.

Erivaldo observou que o Carnaval de Salvador é uma festa sustentada por pessoas que vêm de fora para curtir a folia baiana, porém o mesmo não acontece com a Micareta, que ele afirma ser uma festa realizada para o feirense. O empresário destaca que esse não é um problema, mas acredita que atrair pessoas de fora traria mais recursos e possibilidades.

“A Micareta de Feira é uma festa popular e o futuro eu vejo que vai continuar como está, porque não é fácil mudar uma festa com a tradição que tem a Micareta. É preciso ter alguns melhoramentos, quem sustenta o Carnaval de Salvador são pessoas de fora, turistas. Os blocos populares não se sustentaram, eles acabaram e ficaram os blocos que são vendidos 80% para o turista, o que não é o nosso caso. A Micareta é uma festa para um público local, que não atrai ninguém com altos valores em dinheiro para gastar aqui. A prefeitura tem a dificuldade de fazer as coisas de forma diferente”, analisou.

Ele também comentou sobre a mudança de local do circuito da festa, que é um ponto sempre debatido entre os feirenses. Segundo Erivaldo, a Micareta vai além da festa para o povo. Ele destaca que há toda uma estrutura que precisa ser pensada e o local precisa ser adequado para receber a festa.

“Se fala muito em mudar de local, mas para onde? A Micareta não é só a festa, tem o deslocamento de pessoas, de viaturas, Coelba para montar iluminação, é muita coisa envolvida, tem que ter toda uma viabilidade de movimentação, de transporte”, afirmou o empresário ao Acorda Cidade.

Camarote Central Mix

Com relação a não realização do camarote este ano, o empresário disse que vários fatores foram determinantes para a decisão, sendo o fator financeiro um dos principais. Ele afirmou que fazer uma festa com a estrutura que o camarote já vinha fazendo nos anos anteriores está muito caro.

“Esse camarote é feito há anos, com muito carinho e dedicação, mas a conta não fecha. Um dos fatores principais para a retirada do camarote este ano foi a questão financeira e dificuldade do momento atual. O show business está meio maluco, uma banda que se pagava R$ 50 mil, hoje é R$ 200 mil. Do mesmo modo ocorre com som, iluminação e toda estrutura, que aumentou muito de preço, então ficou praticamente inviável da forma que a gente vinha fazendo”, destacou.

Segundo Erivaldo, caso o camarote fosse realizado, os custos teriam que ser repassados para os foliões e o custo seria cerca de três vezes maior que os valores cobrados no ano passado. Pela experiência do empresário, ele acredita que com os valores mais altos, não venderia os ingressos.

“Quando somamos todas as dificuldades, acabou gerando essa decisão de não fazer, pois correria um grande risco de prejuízo. Se custava R$ 200 o ingresso, este ano teria que custar R$ 600, três vezes mais. A população não investiria esse recurso para bancar esse valor, a gente trabalha com isso há anos e sabemos como funciona”, disse.

Erivaldo Cruz também falou sobre a data da festa este ano, que será realizada entre os dias 1º e 4 de maio. Segundo ele, essa data atrapalha, já que outras micaretas serão realizadas no mesmo fim de semana em outras cidades do interior, a exemplo de Conceição do Coité e Vitória da Conquista.