Feira de Santana

Com a aproximação da Micareta, vice-presidente do Sindicato dos Hotéis aponta expectativas para a festa

O empresário relatou ao Acorda Cidade que com o feriado de Tiradentes, e a aproximação da Micareta, espera que o movimento no setor aumente.

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Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Feira de Santana é uma cidade ligada principalmente ao turismo de negócios, como apontou Marcelo Alexandrino, empresário e vice-presidente do Sindicato dos Hotéis de Feira de Santana, ao falar sobre o setor hoteleiro da cidade e as expectativas para os dias de folia que se aproximam com a Micareta 2023, prevista para acontecer entre os dias 20 e 23 de abril.

Marcelo Alexandrino estima que existam entre 35 a 40 hotéis e pousadas na cidade com uma taxa de ocupação razoável em torno de 60% a 70% durante a semana. No entanto, essa taxa cai para 30% nos feriados e finais de semana, à medida que diminuem as atividades comerciais e empresariais da cidade.

Em entrevista ao Acorda Cidade, ele apontou apontou como as mudanças que a Micareta de Feira sofreu nos últimos anos afetaram o setor hoteleiro.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Entre 15 a 20 hotéis devem fazer parte do Sindicato, mas é claro que Feira de Santana tem mais hotéis. Ao falarmos de hotéis e pousadas, de um modo geral, eu estimo hoje que Feira tenha entre 35 a 40 hotéis e pousadas”, indicou.

“Muitos querem comparar Feira de Santana a outros destinos, mas o nosso turismo se parece com o de São Paulo, medindo, claro, todas as proporções da maior cidade da América Latina, mas nós temos um turismo de negócios. Durante a semana o nosso movimento é maior, porque Feira de Santana é uma cidade de comércio e indústria, as pessoas vem fazer trabalho na indústria, no comércio, muita gente vem fazer compras, então nós temos uma taxa de ocupação durante a semana bastante razoável, não temos os dados de todos os hotéis, mas é por volta de 60%, 65% podendo chegar a 70% durante a semana. E durante o fim de semana essa taxa cai, porque as pessoas não estão mais no trabalho, então temos só o movimento de pessoas que estão circulando pela cidade e que talvez venha para eventos comemorativos e esportivos em Feira de Santana. Quando estamos falando de festas, em um modo geral, as pessoas saem das suas cidades e vão para as cidades de lazer como Salvador, Itacaré, Aracaju. Como nós somos mais de negócios, nos feriados nós sentimos bastante, a nossa taxa pode chegar a cair para 30% de ocupação, mas compensamos isso durante a semana”, explicou.

As pessoas que ocupam a hotelaria de Feira de Santana na Micareta, normalmente, são pessoas que vem para prover a Festa, indicou o empresário.

“Estou falando de pessoas da área de segurança, de saúde, empresas que vem talvez fazer merchandising, montagem de camarote, entre outras coisas, é o que movimenta esse período. No passado nós tínhamos festas reconhecidas nacionalmente, nós tínhamos o Caju de Ouro, que vinham equipes do Rio de Janeiro e atraía muita gente, inclusive de Salvador. Hoje não temos mais isso, não estou dizendo que a Micareta de Feira perdeu força, mas é porque de lá para cá as Micaretas em outras cidades surgiram e já acabaram, em Feira de Santana era o único Carnaval fora de época do país, aí se tornou depois a primeira, porque muitas outras foram criadas e necessariamente acabou enfraquecendo esse movimento de Micareta e Feira perdeu com isso. Mas ainda temos esse movimento das pessoas que vem montar a festa”, informou.

Recepção de artistas e bandas

Antigamente, Marcelo relembrou que as bandas que tocavam na Micareta de Feria ficavam mais de três dias na cidade e não só um dia como funciona atualmente.

“Ivete Sangalo que não era uma estrela tão brilhante no cenário nacional como é hoje, quando vinha para Feira ela tocava três, quatro dias, ficava em um de nosso hotéis e era um andar inteiro para equipe de Ivete, até porque ela tem parentes aqui e Ivete circulava muito pela cidade. Se Ivete vier tocar em Feira, por exemplo, e for tocar um dia, ela mora em Salvador, então ela com seu ônibus confortável já volta no mesmo dia. Assim vai acontecer com Bell, com o Harmonia, de um modo geral, as bandas são de Salvador então geralmente eles não ficam mais na cidade, porque tocam apenas um dia”, relatou.

Vagas disponíveis e suficientes

Marcelo Alexandrino disse a que está tendo uma procura razoável de artistas que vão tocar na Micareta, mas ainda há vagas suficientes até mesmo para atender a própria população de Feira.

“Temos uma procura já razoável em alguns hotéis, geralmente a quinta e a sexta-feira são dias característicos maiores, mas já tenho notícias de que no sábado, um dos nossos hotéis, não todos, já está um pouco mais aquecido, outros nem tanto. Temos vagas tranquilas, suficientes e falo para a população de Feira mesmo que queira curtir um ambiente diferente, pode procurar um dos hotéis da cidade, não só os nossos, mas os que estão disponíveis para curtir a Micareta”, lembrou.

O empresário deseja que o movimento aumente. “Espero que tenha essa mudança, neste ano a Micareta coincidiu com o feriado de Tiradentes e vamos observar se terá mudança”.

Comércio aberto integrado à Micareta

O vice-presidente do Sindicato dos Hotéis expôs que o comércio deveria estar mais integrado à festa e abrir na Micareta de Feira, conforme apontou o empresário, as pessoas que se hospedam na cidade não ficam o dia inteiro dentro das instalações, e o comércio seria uma alternativa para atrair quem visita a cidade.

“Não dá para gente convidar uma porção de gente para vir a Feira de Santana e quando chegarem à festa, que começa sempre mais tarde, e por mais cedo que comece, as pessoas tem uma manhã inteira e boa parte da tarde para saírem e visitarem a nossa cidade, e qual é o nosso grande atrativo durante o ano todo? o nosso comércio. Eu acho que se o comércio estivesse aberto traria um pouco mais de movimentação financeira para a cidade e isso é bom, já que conseguimos agregar à economia e consequentemente arrecadar imposto para a prefeitura. Os setores de bares também sofrem muito, porque as pessoas de Feira acabam saindo também durante o feriado. Muitas pessoas que possuem um poder aquisitivo melhor e que poderiam frequentar os bares estão viajando, as pessoas que ficam na cidade, geralmente, também se descolocam para o circuito da festa e os bares, infelizmente, ficam com movimento fraco. Então a gente precisa pensar de uma forma que integre todos os segmentos da Micareta e que ela seja positiva para toda cidade”, acrescentou.

Os hotéis já possuem algumas manifestações de interesse por parte de algumas bandas, mas ainda não existe nada concreto. Marcelo Alexandrino informou que os hotéis não possuem ainda 50% de ocupação, e falou sobre a disponibilidade de quartos durante a festa da Micareta, e como ainda há instalações suficientes tanto para turistas quanto para moradores que queiram aproveitar o evento.

“Estamos há 15 dias da Micareta e a gente espera que no início da próxima semana a gente tenha efetivação dessas reservas para ver se conseguimos um movimento. Geralmente não trabalhamos com majoração de preços na época da Micareta, porque não é uma época de tão grande procura. É completamente diferente de Salvador, onde as diárias sobem muito no Carnaval, porque todos procuram. Nós não estamos com a nossa ocupação garantida, em média de hospedagem disponíveis a gente não tem ainda 50% de ocupação nos hotéis que temos disponíveis para alugar. Convidamos todas as cidades circunvizinhas e também de Salvador para que venham visitar Feira de Santana nesse período, curtir a festa, estaremos com uma hotelaria suficiente e tranquila e os preços não estarão altos, podem vir e curtir essa Micareta”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

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