Rachel Pinto
Muitos barraqueiros que participaram da Micareta 2017 reclamaram do fraco movimento das vendas em entrevista ao Acorda Cidade na manhã desta segunda-feira (22). Enquanto arrumavam as suas mercadorias para retornar para casa eles lamentavam o prejuízo e também a perda de algumas mercadorias perecíveis.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Dona Francisca, proprietária da “Barraca da Chica”, contou que tem quatro filhos com necessidade especial e investiu o recurso do benefício deles para comprar mercadorias para vender e aumentar a renda. Ela contou que infelizmente não alcançou as expectativas e teve um prejuízo muito grande.
“Foi um movimento muito fraco. Sobrou muita mercadoria. Não consegui vender toda a cerveja e nem o tira-gosto. Só não vou ficar devendo porque Deus é maior. Tenho 40 anos trabalhando como barraqueira e já estou cansada, não aguento mais”, disse.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Ana Margarida que é barraqueira há 29 anos relatou que viaja para várias cidades da Bahia e também fora do estado para trabalhar. Segundo ela, o movimento fraco das vendas durante a Micareta já era esperado. Principalmente em virtude da mudança de data. Ela criticou a falta de organização do poder público com a categoria e mandou um recado para o prefeito.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
“Eu queria mandar um recadinho não só para o prefeito, mas para todos os envolvidos na organização. Feira de Santana infelizmente, é a única cidade que exige muito do barraqueiro e é totalmente desorganizada. Toda reunião de barraqueiros o prefeito e secretários prometem que vão organizar e nada. Cobram um absurdo e a licitação só enriquece a prefeitura. Paguei R$ 850 pelo solo e aí vem o pessoal do isopor e invade a avenida. Quem pagou tem prejuízo e barraqueiro que investe quer ganhar. Isso é uma verdadeira vergonha. Uma festa em uma única avenida e não conseguem organizar. Em Salvador o circuito é muito maior e o poder público consegue organizar. Tem que tomar vergonha na cara e mudar tudo”, acrescentou.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Jucileide Conceição Campos que trabalha há dez anos na Micareta de Feira como baraqueira enfatizou que as vendas foram poucas e não deu para cobrir o investimento.
“Essa Micareta foi só de lamento. Eu trabalho com lanche e o movimento foi fraquíssimo. Foi horrível, péssimo”, concluiu.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.