Policiais civis e militares se reuniram na manhã desta segunda-feira (15), no Boulevard Shopping para discutir sobre a atuação dos agentes de segurança na Micareta de Feira de Santana 2024, que será realizada nesta semana, de 18 a 21 de abril.
Com o objetivo de apresentar as ações durante o evento, a Polícia Militar, através do coronel PM Antônio Lopes; comandante do Comando de Policiamento Regional Leste (CPR-L) e a Polícia Civil, representada pelo delegado Yves Correia, coordenador da 1ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (1ª Coorpin) participaram do bate-papo com a presença da imprensa da região, além de outras autoridades policiais.
Segundo o coronel Antônio Lopes, a segurança da Micareta se dará através do patrulhamento nos circuitos, com mais de 917 patrulhas. Em média, serão mais de 200 ao dia, com acréscimo para 280 no final de semana.
Esse ano, os postos de abordagem terão uma novidade que é a presença cães farejadores para auxiliar na apreensão de armas e entorpecentes que tentam adentrar os circuitos.
“6.500 policiais irão trabalhar em esquema de patrulhas. São em torno de 11 mil postos de serviço. Vamos trabalhar também com os postos de abordagem. Cada posto de abordagem nós teremos 3 patrulhas trabalhando para dar suporte para aquele pessoal que está trabalhando. Nós teremos o pessoal do canil e teremos também o pessoal embarcado, que dará em torno de 60 viaturas que irão trabalhar no entorno da Micareta. E no policiamento normal nós iremos permanecer com as nossas quase 40 viaturas”, informou.
A integração entre as polícias Civil e Militar deve ocorrer naturalmente, como vem acontecendo ao longo dos anos, como explicou o coronel.
“Essa recente operação na região da rodoviária foi uma operação integrada. Então, nós temos a parte da inteligência e temos a parte operacional. Então, a gente trabalha no dia a dia e nós só vamos colocar em prática o que a gente já faz no dia a dia”, destacou.
Durante o encontro foram apresentados alguns estudos prévios que a polícia já estava fazendo para mapear e frear potenciais problemas para a segurança do evento, como a alto situação dos usuários e vendedores de drogas na região da rodoviária. Pensando no melhor resultado para os foliões, serão distribuídos oito portais de abordagem, além dos cães farejadores e reconhecimento facial para identificação de criminosos.
Ao Acorda Cidade, o delegado Yves Correia falou sobre o papel da Polícia Civil nos circuitos da Micareta com o objetivo de levar a investigação da polícia judiciária para poder buscar pessoas que praticarem qualquer tipo de delito.
“A Polícia Civil vai trabalhar com a Polícia Militar para poder deixar a segurança toda na perfeita ordem. Manter a ordem para não ter nenhum tipo de estresse, nenhum tipo de intercorrência. Está tudo planejado, tudo muito bem organizado, diversos postos da polícia espalhados. E não só os postos específicos como também equipes veladas, equipes de intervenção e de inteligência”.
Trazendo a experiência do carnaval de Salvador, o coordenador vai participar da Micareta pela primeira vez. Mais de 1.800 policiais civis vão atuar entre o trabalho de inteligência e o ostensivo em parceria com a Polícia Militar.
“De inteligência serão policiais civis à paisana infiltrados entre os foliões e também em postos de observação, inclusive, em camarotes infiltrados para poder justamente tentar, numa visão mais acurada, de forma disfarçada, perceber a movimentação de eventuais indivíduos que estejam praticando furtos, praticando roubos ou então tentando, de algum modo, buscar brigar, enfim, sair ali da legalidade que a gente espera”, destacou.
Além da Micareta, a Polícia Civil estará atuando no entorno da festa e na cidade através do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic) e do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), além de outros departamentos que estão de prontidão.
Além disso, o coordenador da 1ª Coorpin ressaltou o reconhecimento facial como uma das ferramentas essenciais para o aprimoramento do trabalho da Polícia Civil. A fiscalização ostensiva que também será estendida a hotéis e motéis no entorno do circuito da micareta.
“O reconhecimento facial é um fruto aqui da Bahia, algo extremamente importante, que já está se exportando para outros estados. E é até interessante que mesmo com essa divulgação do reconhecimento facial, a gente tira de experiência Salvador, mesmo com toda a divulgação, ainda assim esses meliantes insistem em acessar o circuito. Então a gente pegou lá, enfim, homicidas, estupradores, traficantes, que tentaram entrar no circuito”.
Ainda segundo Yves Correia, alguns procurados já foram selecionados e estarão no radar da equipe. Ele ainda recomendou que as pessoas gravem o e-mail de seus celulares para facilitar a recuperação em caso de perda ou roubo, mesmo que o chip seja trocado.
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O chefe do Planejamento Operacional e Decisões Estratégicas (Cpod) da PM, Major Fabiano, falou sobre o comando do circuito neste ano.
“O representante maior dentro do Feira é o nosso Coronel Lopes. O comando da região Leste. Só que esse ano ele trouxe uma inovação para cada dia, de quinta a domingo, um coronel convidado por ele para estar à frente de todo o circuito. Mas ele e toda a sua equipe de planejamento e logística estarão todos os dias na Micareta”, explicou.
Segundo o Major, comparado com o ano anterior, houve um acréscimo de efetivo em torno 16% e de 10% de viaturas no entorno. Além disso, haverá um incremento nas ações da Ronda Maria da Penha, com a presença do Batalhão de Policiamento de Proteção a Mulher e diversos órgãos e secretarias atuando em conjunto.
Em relação a possíveis violações das barreiras feitas pela PM, como em ruas que não há portais de abordagem, a polícia também tem se preparado para prevenir esse tipo de ocorrência e a retirada de circulação de materiais não permitidos no circuito.
“Existem alguns tapumes colocados pela prefeitura que são violados, infelizmente, muitas vezes por pessoas que querem ter acesso ao circuito sem passar pelos portais da abordagem. A gente vai ter equipes de um lado e do outro da Presidente Dutra, fiscalizando o tempo todo. Esses locais, esses postos, esses tapumes, vamos fazer essa fiscalização durante toda a micareta para evitar que alguém viole e possa por ali ingressar sem passar pelos portais da abordagem”, explicou.
Na parte externa, fora dos circuitos, o major afirmou que todas as companhias estarão com o seu efetivo regular para atender à população que não vai estar nos circuitos da festa. A Rondesp, através do Policiamento Tático, também vai reforçar a segurança nos bairros de Feira de Santana.
Além disso, as bases móveis vão integrar a estrutura dos portais de abordagem, auxiliando no uso da tecnologia LTE, de reconhecimento facial e contagem de público, uma inovação no Carnaval de Salvador.
Baseado nos dados do ano anterior, o Comando de Policiamento Regional Leste (CPR-L) também vai empregar o uso de pulseiras de identificação para crianças e adolescentes para facilitar a localização em caso de perda.
Documentos perdidos
Outra ação que a segurança já está divulgando é o que os foliões devem fazer em caso de documentos perdidos. O Capitão Juraci Cunha, coordenador da pasta, explicou como as pessoas devem proceder.
“Quem perdeu o seu documento deve acessar o site da Polícia Militar da Bahia, www.pm.ba.gov.br e clicar na aba Documentos Recuperados. Lá vai colocar seu nome para verificar se seu documento foi realmente recuperado pela PM. Mas também, quem não tiver acesso à internet, pode nos procurar no Gastão Guimarães. Lá vai ter uma sala reservada para os documentos perdidos e, se o documento da pessoa chegou às nossas mãos, nós vamos devolvê-lo com maior disposição”, explicou.
Com apoio dos próprios foliões e de todos que percorrem a festa, muitos documentos como CNH, RG, CPF entre outros chegam às mãos da PM. Para evitar perder documentos, o capitão passou algumas orientações.
“Evite levar para o circuito carteira, bolsas e pochetes com seus documentos dentro porque a chance de perder ou de ser furtado, ou roubado é muito grande. Então, prefira levar uma carteirinha daquela que porta documentos e o mínimo possível. Um documento de identidade, por exemplo, deve-se optar por uma cópia autenticada. Se for o caso de dinheiro em espécie, a menor quantia possível, porque se perder, o prejuízo é menor. No ano passado, nós recuperamos seis aparelhos celulares e muitos outros foram furtados ou roubados no circuito. Então, o folião deve evitar usar o celular de forma ostensiva e, quando for utilizar o aparelho, que procure fazer isso próximo ao posto da Polícia Militar. Ou da patrulha da Polícia Militar, que a chance de ser furtado ou roubado é menor”, orientou.
Com informações de Ed Santos do Acorda Cidade
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