Laiane Cruz
Atualizada às 18:51
Os professores de História Mayara Plácido e Franciberg Teixeira, ambos de Feira de Santana, vão lançar um livro paradidático infantil que conta a história da cidade. O material tem como título ‘Feira de Santana: uma cidade princesa’ e foi resultado de uma viagem de turismo de negócios.
De acordo com a professora Mayara Plácido, o lançamento do livro será na primeira quinzena de outubro e acontecerá em escolas públicas e privadas da cidade, além da Feira do Livro, promovida pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e a Flica – Festival Literário de Cachoeira. A editora do livro é a Na Carona, que surgiu a partir de um desdobramento do projeto de turismo pedagógico ‘Na carona do conhecimento’, criado pelos também historiadores feirenses Carlos Alberto Alves Lima (Cal) e Juliano Mota Campos, e do qual ela participou.
“A gente entrava em contato com as escolas e organizava viagens para a gente conhecer algumas cidades da Bahia, inclusive Feira de Santana. E a gente percebeu que existe uma carência de livros paradidáticos muito grande sobre a história de Feira, para atender essa demanda das escolas da cidade. A partir da percepção dessa demanda, Cal e Juliano nos convidaram, porque nós somos professores de História formados pela Uefs e desenvolvemos pesquisas sobre a história da cidade com temáticas específicas”, explicou Mayara.
A professora conta que a partir daí, ela e Franciberg tiveram que adaptar a linguagem das pesquisas acadêmicas para juntos produzirem um livro de fácil acesso para o público infantil da educação básica do município. Segundo Mayara, esse é o primeiro volume da coleção, que trata das feiras livres da cidade, trabalhadores livres e ex-escravos, resultado das pesquisas feitas por ela, e no caso do professor Franciberg, traz a discussão sobre o povoamento e a distribuição de terra.
Para o professor Franciberg, a grande dificuldade na elaboração do livro foi a transposição da escrita acadêmica para uma linguagem infantil. Ele destaca, no entanto, que o objetivo do livro foi trazer elementos históricos diferentes dos habituais.
“Existem diversos marcos da história de Feira de Santana. A historiografia tradicional costuma relegar a Fazenda Olhos D’Água de Domingos Barbosa de Araújo e Ana Brandoa, mas o livro busca outras vertentes, outros sujeitos históricos e remonta ao século XXVII, ao inserir a figura do João Peixoto Viegas, um grande sesmeiro, que veio exclusivamente de Portugal para servir como tesoureiro das bulas e avarias. Era um funcionário real, que recebeu as terras onde hoje se compreende o município de Feira de Santana. Eu faço esse retorno histórico e busco fundamentar algumas histórias e inserir outro sujeitos, como os escravizados, os indígenas Paiaiás, que foram muito importantes no processo histórico de Feira de Santana, mostrando esse conflito que houve entre colonizadores e indígenas”, relatou.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.