X Encontro Territorial reúne estudantes e professores em atividades de pesquisa, empreendedorismo e cultura

Começou ontem e vai até quinta-feira (9) no Centro de Cultura Amélio Amorim em Feira de Santana (CCAM), o X Encontro Estudantil Territorial do Núcleo Territorial de Educação, Portão do Sertão (NTE-19). O evento reúne, estudantes, professores e gestores da rede estadual de educação para discutir e apresentar os resultados do ensino na região. Diversos estandes foram montados para mostrar o que os alunos estão estudando e produzindo dentro da sala de aula, inclusive gerando renda e valorização cultural para seus municípios. Também houve palestras e apresentações culturais nesse primeiro dia.

Serão três dias de eventos que envolvem oito projetos artísticos e culturais. No primeiro dia, houve as apresentações do Tempos de Arte Literária (TAL), do projeto de Educação Patrimonial e dos vídeos do programa Prove, que é a produção de vídeo estudantil.

A professora Hevelynn Martins trabalha no Colégio Estadual Professor Carlos Valadares, em Santa Bárbara. Ela explicou que a escola oferece aos alunos do ensino médio uma profissionalização através de aulas técnicas. A professora também destacou a produção dos alunos com o requeijão barbarense.

 “A gente tem os cursos de ensino médio com o curso técnico também. Da nossa escola nós trouxemos aqui oito projetos que foram aprovados pela NTE-19. Desses oito projetos, eu sou orientadora de três. Os três projetos nossos que foram aprovados, valorizam o requeijão de Santa Bárbara. Santa Bárbara é a capital do requeijão. Então a gente trouxe esfirra de requeijão, esfirra de carne seca com requeijão, a empada de frango com requeijão e a novidade que é o requeijão sem lactose temperado com especiarias. Então a gente tem essa preocupação de valorizar realmente o requeijão de Santa Bárbara, produzir novos produtos, já que lá se produz o requeijão, mas não se utiliza mais nenhuma receita. Então que a gente consiga atrair mais curiosos para a cidade de Santa Bárbara, mais turistas e mais pessoas para conhecer nossa cidade”, colocou.  

Segundo Hevelynn, os alunos já empreendem através dessa profissionalização que eles aprenderam ao longo da orientação. “Nossos alunos já estão empreendendo, eles já receberam encomendas dos produtos deles e já estão começando a vender. Por enquanto, como eles estão estudando, eles podem usar ainda a fábrica escola que a gente tem, que é a nossa cozinha, mas depois eles podem utilizar as casas mesmo e depois quem sabe né? Abrir seu próprio negócio”, afirmou ao Acorda Cidade. 

Pâmela Vitória foi uma dessas estudantes que produziu o requeijão para participar da 11ª Feira de Ciências, Empreendedorismo Social e Inovação da Bahia (Feciba) que também está ocorrendo durante o décimo encontro. A aluna falou sobre o objetivo dos estudantes que vieram do município.

“A gente tem um intuito com o nosso projeto, que é a valorização dos comerciantes da nossa cidade, que são os produtores de requeijão. Nós fazemos parte de um curso técnico no nosso colégio, que é a única escola técnica de Santa Bárbara. Temos uma fábrica de requeijão e, com isso, começamos a produzir o nosso alimento com o requeijão, para a valorização do território de Santa Bárbara, que é mais conhecido como a capital do requeijão”, disse. 

Pâmela e outras colegas montaram um estande especializado em empadas. Para a estudante Kelly Lima foi a primeira participação em uma feira de empreendedorismo. Ela contou sobre a produção.

“Um estande de empada, que é com o intuito de valorizar os nossos produtores de requeijão da cidade. Vários tipos de produto. Não só empada, mas outros tipos também. Muitos alunos saíram de lá (do curso técnico), com a visão muito ampla. Eu estou achando a feira maravilhosa. Eu nunca participei assim de uma feira, a minha primeira vez. Eu estou amando. Muito organizado”, disse a estudante Kelly Lima.

Sabrina Santana é estudante do Colégio Estadual de Conceição de Jacuípe e trouxe um projeto que apresenta a agricultura degradada e sustentável na região.  

“Eu trouxe uma maquete que está representando aqui um lado em que tem as queimadas, impactos que nós humanos causamos. No lado do meio tem aqui agricultura sem impacto, ela está preservada com habitação humana, que tem a consciência de uma harmonia entre eles, a natureza e a humanidade, e tem habitação também de animais. Na última parte tem cinco fases do solo. A primeira fase é o solo sem impacto, ele não foi impactado por ação humana nem uso de agrotóxicos. O segundo solo sofreu uma seca natural, muitas vezes também causada pelo sol, e o último é o solo queimado, causado por impactos causados por nós humanos. E também tem a parte que mostra o solo empobrecido”, apresentou.