Esta quinta-feira, 12 de setembro, com certeza será uma data especial para 103 casais que consagram o matrimônio no 23º Casamento Coletivo da Prefeitura de Feira de Santana.
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A cerimônia aconteceu nesta manhã no Cajueiro Convenções. A Iniciativa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Sedeso) existe desde 2001 e faz parte do projeto Família Cidadã, que tem o objetivo de atender casais em situação de vulnerabilidade social e econômica com a cerimônia gratuita.
Foram mais de 400 pessoas para expressar o desejo pelo matrimônio e, aproximadamente 2 mil pessoas puderam assistir o amor dos casais, além das autoridades municipais, representantes de cartório, seis juízes de paz e quatro juízes de direito. O culto ecumênico teve representações das religiões católica, evangélica e espírita para abençoar as uniões.
O prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins, participou da solenidade. Ao Acorda Cidade, ele ressaltou a importância da oficialização do amor para proteger as famílias e assegurar seus direitos.
“Porque a vida, a amizade, o amor, isso tudo é indispensável para ter um relacionamento entre casais. Mas os filhos, dos próprios maridos e mulheres, precisam ter segurança jurídica. Por exemplo, se alguém se afastar por qualquer motivo e precisar transferir uma casa, um bem, para um filho ou para uma mulher ou para um homem, tudo isso é muito difícil se não tiver a documentação adequada. O que se faz aqui agora é além do amor, além da convivência, é dar garantias às famílias, aos pais, às mães, aos filhos”.
Segundo o prefeito, muita gente queria casar, mas por conta de pendências documentais ficaram de fora da cerimônia. Foram pelo menos 100 novas solicitações pelo aplicativo Feira Conectada. As inscrições ocorreram entre 29 de abril e 19 de julho, disponibilizando 300 vagas para a ação.
O projeto contou com o apoio da Unifan (Centro Universitário Nobre), que cedeu o espaço e organizou a cerimônia, inclusive, disponibilizando serviços de beleza, buffet e jurídico para os casais. Os noivos também tiveram apoio do Poder Judiciário e direito a registrar três fotos do momento especial.
Ivone Fernandes, chefe da Divisão de Ações de Cidadania e Inclusão Produtiva, que participou da organização do evento, falou ao Acorda Cidade sobre o projeto.
“A gente está aberto às pessoas que não têm condições de pagar, de custear o casamento civil e a gente oferece as vagas para eles. Hoje estão aqui os noivos que se inscreveram e que têm uma vulnerabilidade econômica. Eles têm que apresentar o NIS, a certidão de nascimento, de casamento, no caso, se for divorciado e também viúvo, se for o caso também”.
A espera do “SIM” acabou
Juntos há 33 anos, o servente de pedreiro, Gilmário Monteiro da Silva, de 57 anos, celebrou tanto tempo de união com Maria Lucinalva Nascimento da Silva, de 59 anos. São cinco filhos que marcam anos de amor, respeito e cumplicidade.
“Hoje eu agradeço, primeiro a Deus. Nós aproveitemos essa oportunidade e resolvemos casar. Pedir a graça e a bênção de Deus e nós estamos casando hoje”.
Segundo o noivo, o casal não casou antes porque “não tinha cabeça para casar”. Agora já tem maturidade, que eles adquiriram ao longo de tantos anos de união.
“Agradeço muito a Deus, essa oportunidade que ele está nos dando, vamos viver mais 33 anos. Para mim vai ser a mesma coisa que vivi há 33 anos, não vai mudar nada. É só respeitar um ao outro e pronto”, acrescentou Gilmário.
Depois de 20 anos separada, Maria da Conceição Santos Barbosa, de 62 anos, e seu esposo decidiram se unir oficialmente. Ao Acorda Cidade a noiva contou que na época da separação, ele havia saído de casa, mas ainda havia muito sentimento entre eles.
“A gente conversava direto, ele ia lá em casa ver os filhos. Ele que me pediu, falou assim, ‘vamos morar juntos, com o tempo a gente casa’. Eu nem sei explicar, eu fico muito nervosa”, contou.
O noivo dela, Luís Alberto, de 65 anos, contou que eles haviam se casado em 1980.
“A gente se divorciou, mas continuou junto. A gente viu que não era certo. Levamos uns 20 anos divorciados. Eu tenho minha esposa com meus filhos, temos cinco filhos. A gente iria casar com outra [pessoa], iria ficar ruim, tanto para mim quanto para ela. Então a gente continuou o mesmo casamento”, contou.
Celebrando o amor também, estavam as noivas Gisele Carine Lima e Ingrid Oliveira. Elas se conheceram há um ano e quatro meses no trabalho e decidiram oficializar o amor nesta quinta.
Natural de Coração de Maria, Raimundo da Silva, de 60 anos, mora há 35 anos em Feira de Santana. Há sete anos ele divide seu tempo ao lado de Ana Rita Vieira de Souza e viu no casamento coletivo, a oportunidade de oficializar essa união.
“Um pouco de emoção, um pouco de nervosismo, porque é a primeira vez, mas é assim mesmo. Na vida do casal representa muita coisa”.
Ana Rita, que já foi casada e era viúva, contou que a iniciativa de oficializar o matrimônio surgiu dela.
“Eu disse a ele que já estava na hora da gente formalizar a nossa união. Isso significa felicidade, um comprometimento entre nós dois e abençoar nossos filhos também. Eu tenho quatro”, disse a nova esposa de Raimundo.
Casar, se unir a outra pessoa é mesmo um momento aguardado por muitos casais e por seus familiares que estiveram na festa para prestigiar o amor entre os pombinhos. A reportagem do Acorda Cidade encontrou Rosineide da Costa, ex-esposa do noivo que estava se casando hoje e que estava celebrando com o casal.
“Fico muito feliz por eles tomarem essa decisão de legalizar a situação deles. E esse projeto do casamento comunitário ajuda muitas pessoas nesse sentido. Fico muito feliz e estou aqui para comemorar esse momento com eles. Ela é uma pessoa excelente, creio que Deus colocou ela no caminho dele para ajustar as coisas”, declarou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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