Este dia 2 de novembro é sempre lembrado pela data de Finados, feriado em que as pessoas se voltam para recordar dos amigos e entes queridos que já partiram. Nos cemitérios de Feira de Santana, houve um movimento considerável de visitantes que buscavam findar um pouco da saudade.
No cemitério Jardim Celestial, no bairro Sim, foi registrado um grande movimento. Antônio Cesar, aposentado, foi visitar o túmulo da esposa, Maria de Lurdes. Ele lembrou dela e contou que sempre faz questão de visitar o local, principalmente neste dia.
“Há cinco anos ela faleceu. Na época que ela faleceu tinha 59 anos. Todos os meses eu estou aqui, a falta é muito grande, sinto muito saudade dela, em tudo, ela era uma grande mulher, uma grande amiga, a gente vivia como um casal de namorado. Eu era caminhoneiro, viajava, chegava, e a gente se amava muito, tenho uma filha com ela”, contou.
Hoje o aposentado mora com a filha. Ele contou que vai ao cemitério para fazer orações pela esposa e se emociona ao lembrá-la.
“Todo mês eu venho aqui, faço minhas orações para a alma dela, peço a Deus para botar a alma dela em um bom lugar, para ela descansar em paz e seguir a vida em frente. Eu que era caminhoneiro, deixei a profissão depois disso. Hoje em dia me aposentei para não ficar dentro de casa, botei um comércio, vendo coco e água de coco. Eu sou devoto, tenho muita fé em Deus e todos os santos, Nossa Senhora, que Maria passa à frente, e rezo muito todos os dias pela salvação dela, que Deus tenha botado ela em um bom lugar. Quem ama, não esquece”, afirmou.
O padre José Augusto, da igreja São João XXIII, celebrou a missa no Jardim Celestial para trazer uma mensagem de conforto e esperança para aqueles que foram até os túmulos dos seus entes queridos.
“Hoje para nós, cristãos, é um dia de profunda reflexão acerca do grande mistério que é a morte. Esse mistério que alcança a todos. Ninguém se livra, já dizia São Francisco. A morte é irmã de todos, alcança a todos. Então hoje, a igreja, ela nos convida a mergulhar nesse mistério e a compreender a morte sempre numa perspectiva pascal. Hoje não é um dia da gente simplesmente chorar por quem partiu, mas sentir sim a saudade. Porque o afeto, o vínculo foi cortado, mas é um dia da gente renovar a nossa esperança no céu. Então é um dia da gente rezar e pedir que o Cristo ressuscitado, que é a nossa Páscoa também, seja ele o grande motivo da nossa esperança e da nossa fé”, declarou.
Fiéis lotaram a capela do cemitério para ouvir as palavras do padre e rezar por aqueles que já se foram.
Com palavras de fé, o padre disse que assim como Cristo ressuscitou como primícias, como o primeiro, todos também podem ressuscitar em Cristo Jesus.
“É uma mensagem, uma palavra de esperança que hoje nós proclamamos. Como eu disse, a morte causa sim uma dor profunda, porque nos separa de quem a gente ama, mas a morte não tem uma palavra final. A vida não termina na morte. A gente acredita na eternidade, a gente acredita no céu e nós estamos aqui celebrando exatamente essa verdade”, enfatizou.
Cemitério Piedade
As pessoas também foram no Cemitério Piedade, localizado no centro de Feira de Santana prestar homenagens e lembranças para os entes queridos.
Dinalva Portugal Amaral é moradora do bairro Cidade Nova e também esteve no Piedade visitando os túmulos de alguns parentes, inclusive de uma filha que ela enterrou na semana passada. “Vou visitar meu pai, minha mãe, minha filha, que eu enterrei na semana passada. É uma data triste, mas é isso mesmo, né? É o caminho de todos nós, uns hoje, outros amanhã, mas todo mundo vai. Só não sabemos o dia”, reforçou.
Lenise Matos foi visitar o túmulo dos avós que faleceram há mais de 10 anos. Todo ano ela também comparece para relembrá-los. Ela falou o significado deste dia de Finados.
“É só o corpo, só a matéria, mas mesmo assim é a lembrança que fica, é a consideração, aí o momento da gente homenagear eles. Significa a gente relembrar os parentes que se foram, a memória que eles deixaram, os momentos bons, os ensinamentos deles, a gente fazer essa referência. Boas recordações, mais até do que tristezas, porque eu acredito na vida eterna”, colocou.
Souzanita, moradora do bairro Jardim Acácia, também confirmou que todo ano ela costuma ir ao cemitério nesta data para visitar os túmulos dos parentes e levar flores.
“Ai são meus pais, irmão, filho. Todo ano venho prestar essa homenagem, porque a gente lembra todo dia, todo instante, mais um dia é até especial, porque a gente traz essa lembrança maior, vem essa homenagem com lembrar da saudade que nós temos, mas que é com alegria que sabe que hoje eles estão contemplando a face do pai”, declarou.
Com informações dos repórteres Ed Santos e Paulo José do Acorda Cidade
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