O Centro Integrado de Comunicação (Cicom) atua na recepção de chamadas de emergências das Polícias Civil, Militar e do Corpo de Bombeiros. Com sede em Feira de Santana, a central gerencia a cidade e mais 16 municípios, a maioria da região, como os distritos e também localidades distantes como Saubara, Santo Estêvão e Santo Amaro. Somente em 2021, o órgão acumulou mais de 80 mil ocorrências.
Quando a pessoa entra em contato pelos canais de atendimento de urgência, aqueles que desde de criança aprende-se a memorizar, como o número do Corpo de Bombeiros, um profissional do Cicom atende e gerencia a situação desde a hora que a pessoa liga, até o momento que a viatura vai até o local e dar um retorno sobre a situação, foi o que explicou o coordenador do Cicom, o capitão Rosuilson Cardoso ao Acorda Cidade.
“O Cicom é uma grande central de emergência, ele se volta principalmente para receber as ligações de emergência 190, da Polícia Militar, 193 do Corpo de Bombeiros e 197 da Polícia Civil, então todas elas quando são realizadas tanto em Feira de Santana, como em mais 16 municípios da região, são direcionadas para o Cicom, nós fazemos o registro das ocorrências e gerenciamos o atendimento, temos esse domínio do ciclo completo do atendimento” acrescentou.
Atualmente o Cicom detém de todo um aparato tecnológico que está passando por atualização, inclusive a rede já estuda a ampliação do atendimento. Toda ligação feita para o Cicom é geolocalizada, ou seja assim que o atendente recebe a ocorrência, aparece no mapa de onde está vindo a ligação. Isso evita trotes e consegue auxiliar as pessoas que não podem informar onde estão.
Segundo o capitão, existe uma centralização das chamadas, que no caso da região é em Feira de Santana.
“Se alguém precisar da PC, do Corpo de Bombeiros ou da PM, estando em Cabuçu, por exemplo, a pessoa vai ligar e vai cair aqui a ligação e isso não demora nada. E nós, a partir daqui mantemos contato com as viaturas via rádio para informar o que está acontecendo”, explicou.
De acordo com o capitão PM Rosuilson, em média são atendidas 300 ligações por dia, nos finais de semana o número triplica, podendo chegar até a mil chamadas ao dia. Essa concentração de demanda pode ser um dos problemas para o tempo do atendimento presencial.
“A gente presta um serviço público, então a gente tem nossas limitações de ordem material. O que nós fazemos é receber esses chamados, fazer o registro e colocarmos em ordem de atendimento. O principal bem tutelado é a vida, então se tivermos uma ocorrência de valor menor do que a vida, vamos priorizar a vida”, enfatizou.
Apesar disso, ele reforçou que a central possui total capacidade para recepcionar as chamadas, inclusive as que forem concluídas como atendimento ou não. São todas gravadas e arquivadas, com o histórico completo do início ao fim.
“O que a gente vai esbarrar sempre é na alta demanda e na limitação de recursos para atender todas as ocorrências ao mesmo tempo, mas isso é feito com muito critério”, afirmou.
Som Alto
Segundo o capitão, a maior ocorrência é a perturbação do sossego, que inclusive é ocasionado não somente pelos ‘Paredões’, mas pela convivência entre vizinhos. Em média, diariamente são 67 chamadas por conta do som alto, reclamações que denunciam igrejas, paredões e barulhos provocados pelos vizinhos, problema esses que já atingem o sossego da zona rural. Conforme o capitão, o som alto chega a superar os números de trotes.
“O som residencial a gente percebeu essa mudança durante a pandemia, porque até a pandemia não tinha aglomerações de pessoas e começou a aumentar a reclamação dos vizinhos. A polícia muitas vezes vai fazer a orientação para mediar os conflitos, não sendo recepcionada a orientação, a gente vai fazer a apreensão do equipamento e condução do indivíduo por uma questão simples que era, ouvir o som no limite audível para ela e não para incomodar os vizinhos”, afirmou.
Há 10 anos atuando no Cicom, o capitão Rosuilson disse que viu as mudanças atravessarem a central. Com ele trabalham em torno de 95 profissionais, como policiais, civis e militares, bombeiros e terceirizados, um conjunto de pessoas que atendem as chamadas, gerenciam as ocorrências e prestam esse serviço fundamental para a sociedade.
Vídeo Polícia em Expansão
No final de dezembro de 2022, o Cicom começou a operar com o reconhecimento facial, chegando a somar 16 prisões até o momento com a ferramenta tecnológica. O Projeto Vídeo Polícia em Expansão do Governo do Estado, também chegou para aprimorar o trabalho da segurança pública na Bahia. O coordenador explicou que o sistema atua integralmente operando para captar três tipos de ações.
“Esse projeto prevê que seja instalado ponto de imagens, ‘câmeras’ que tenham finalidade de fazer captação de imagem ambiental, leitura de placas e reconhecimento facial, são três funções integradas no mesmo sistema. A gente consegue ter um número bem grande de informações, que são analisadas pelo analítico, a inteligência artificial desse sistema que nos dá as respostas”, explicou.
Durante a Micareta de Feira 2023, mais sete prisões foram efetuadas com essa tecnologia, totalizando 23 presos com a atuação do Cicom Portão do Sertão. O capitão Rosuilson explicou que em milésimos de segundos, o sistema reconhece acima de 90% uma similaridade entre o banco de dados e as imagens captadas, seja de uma placa ou do rosto de uma pessoa que possa estar com um mandado de prisão em aberto.
O capitão pediu a colaboração da população com as forças policiais, explicando que quanto mais rápido a informação chegar, mas eficaz poderá ser também o retorno da situação.
“A gente tem o 181, mas o 190 serve também para receber denúncias de homicídios, traficantes. Para nós é importante porque a gente consegue ter informação e consegue trabalhar com esse sistema de monitoramento também. Alguém que teve um carro roubado agora, a gente já coloca no sistema e ele começa a fazer a procura para nós. Então quanto mais rápido for essa comunicação com o Cicom, é mais rápido identificar e localizar o indivíduo ou o veículo”, explicou.
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