Feira de Santana

Veterinários esclarecem mitos e verdades sobre as raças Pitbull e American Bully

Muitos acidentes ocorrem diariamente com todas as raças, mas quando se fala em pitbull o assunto repercute, diz veterinário.

Veterinários esclarecem mitos e verdades sobre as raças Pitbull e American Bully

Em junho deste ano, o ator Cauã Reymond, sua esposa Mariana Goldfarb e a filha dele, Sofia, do casamento com a atriz Grazy Massafera, foram atacados por três cães da raça pitbulls enquanto passeavam com o rotwailler da família dentro do condomínio de luxo em que moram. O caso passou a ser investigado pela Polícia Civil, e o rapper Orochi foi apontado como sendo o proprietário dos animais. Ele, porém, negou ser o tutor dos bichos.

O ataque ao ator e sua família reacendeu a discussão sobre o comportamento de cães da raça pitbull, que são considerados agressivos e até capazes de matar.

Com o objetivo de compreender melhor sobre a raça Pitbull e esclarecer alguns mitos e verdades sobre esses cães, o Acorda Cidade ouviu o médico veterinário Luciano Muritiba, proprietário de uma clínica em Feira de Santana e criador de cães.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

De acordo com ele, o Pitbull é uma raça muito comum de cães, que virou moda há 15 ou 20 anos, mas que com o tempo passou a ser substituída por outras raças que foram sugindo ao longo do tempo.

“Ainda hoje continua sendo um cão bastante criado, mas outras raças vieram depois do Pitbull e pessoas que antes criavam pitbull, agora estão criando o American Bully, e o Pitmonster, que é um pitbull mais avantajado e mais musculoso”, pontuou.

Ele explicou que muitas pessoas correlacionam o pitbull como um cão de briga, porém ele é mais como um cão de companhia, que não apresenta perigo. Além disso, existem outras raças que oferecem maior risco para a população que o pitbull.

“Os pitbulls não são geneticamente modificados. Toda raça é desenvolvida através de seleção, em relação a cruzamentos. É escolhido aquele exemplar e vai se criando uma raça até ter um determinado padrão. Daí se faz o registro daquela raça e cada país tem aquela raça de origem, que é disseminada pelo mundo, e não só a característica ou fenótipo, mas também o comportamento está dentro dessa seleção. Então há raças que são selecionadas para ser cão de caça, cão de corrida, de companhia, cães pastores, o comportamento do cão vai sendo aprimorado e dentro das características estão também o comportamento. E tem os cães também agressivos. Infelizmente, no início da criação, as primeiras pessoas que criaram o pitbull fizeram com o intuito de briga, e ensinavam o cão compulsivamente a morder. Mordia coco, pneu, outros animais e isso instigou esse comportamento. Era um cão feito para brigar, mas isso não tem nada a ver com a raça”, esclareceu o veterinário.

Ele avalia que muitos acidentes ocorrem diariamente com todas as raças, mas quando se fala em pitbull o assunto repercute, porque é tido como um cão agressivo.

“Qualquer raça agride, o cão de companhia, se se sentir ameaçado, pode agredir também, temos que saber o motivo. Se foi tirado da sua zona de conforto, pode ser um agressor, se está defendendo alguém, o tutor, seu território, e a forma que ele tem é mordendo. O pitbull quando morde alguém vira notícia nacional, mas todos os dias tem pessoas sendo agredidas até pelo próprio cão, porque tem pessoas que têm o cão, mas não criam, quem cria é o caseiro, que dá o carinho e leva para passear. É mais comum você ver um cachorro atacar um dono que não cuida do que o caseiro. Talvez esses pitbulls que atacaram o ator se sentiram ameaçados, principalmente por estarem em grupo, uma matilha, e tem mais o instinto de ataque. Talvez para defender o território, caso estivesse o tutor ali por perto, então com certeza ele sentiu o Cauã como uma ameaça e o teve como inimigo, ameaça para o território”, declarou.

Por fim, Luciano Muritiba orientou que cão da raça pitbull deve ser criado como qualquer outra raça deve criada, com carinho, boa alimentação, acompanhamento veterinário, vermífugos, vacinas, e existem leis, em que o cão para estar em vias públicas precisa estar na guia e com mordaça. “As pessoas que têm o cão devem dar o maior carinho possível, contato com pessoas, não treinar morder por compulsão, e se for para a rua, como se trata de um animal irracional, levar na guia e amordaçado”, aconselhou.

Foto: American Bully/ Divulgação

Por ser um cão de aparência robusta e ar amedrontador, o American Bully também é tido por muitos como um animal destruidor e capaz de aterrorizar quem passa por ele. Mas, quando se trata desse tipo de cão, as aparências podem enganar.

É o que afirma o veterinário e proprietário de um canil especializado na raça, Lucas Freitas Marques de Souza. Atualmente ele possui 14 animais, mas o canil, quando era administrado pelo pai, chegou a ter cerca de 45 cães distribuídos em várias unidades.

“O American Bully tem origem nos Americans Pitbulls Terrier, American Staffordshire Terrier e Buldogue. É uma raça teoricamente nova, que tem 17 anos de aparecimento, desde que foi registrada. O meu canil é especializado na raça American Bully. Os animais hoje em dia vivem no mesmo ambiente e a socialização deles é bem fácil. São animais de temperamento muito tranquilo, indicado realmente para a família, como tem diversos tamanhos, desde o micro ao XXL. É indicado tanto para quem vive em apartamento até quem vive em chácaras, fazendas, a depender do tamanho e das especificidades. É uma raça que não é de guarda, é de companhia, apesar da sua imponência e colocar medo nas pessoas, por isso são indicados para crianças, adultos e idosos”, informou.

De acordo com Lucas Souza, outro cão que também é muito julgada pelo seu nome é o American Pitbull, mas que normalmente é tranquila com as pessoas e com a família. “Mas ele normalmente não tem uma boa socialização com outros cães. E talvez até com crianças, a depender da criação. O pitbull é uma raça que tem bastante energia e não é qualquer tutor que pode criar. Se aquela pessoa é do tipo que cria o cachorro amarrado em uma corrente e só vai lá colocar comida, o pitbull não é a raça certa para essa pessoa, pois o pitbull é uma raça que tem muita energia e se for criado de forma errada pode ser um cão muito perigoso”, observou.

Com informações do repórter Ed Santos e da jornalista Maylla Nunes do Acorda Cidade.

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