Feira de Santana

Vereadora Eremita Mota presta queixa na Deam contra agressões sofridas na Câmara Municipal

Ao Acorda Cidade, Eremita Mota também declarou que um dos vereadores disse ao microfone que a mesma não tinha feito uso de medicamento destinado para doença do sistema nervoso.

Vereadora Eremita Mota
Foto: Iasmim Santos/Acorda Cidade

A vereadora e presidente da Câmara Municipal de Feira de Santana, Eremita Mota (PSDB), esteve na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), na manhã desta sexta-feira (18), para prestar queixa contra três vereadores.

Ao Acorda Cidade, a vereadora informou que está sofrendo agressões psicológicas e verbais desde que tomou posse no dia 2 de janeiro deste ano.

“Desde a época que me elegi como presidente da Câmara, eu venho sofrendo violências verbais e psicológicas. Um mês antes de assumir, eles colocaram na Justiça, como forma que eu não pudesse assumir, alegando algo que eu nem sei na verdade o que eles colocaram. Do dia 2 de janeiro pra cá, eu venho recebendo mensagens de um vereador, a todo tempo dizendo que até o dia 31 de dezembro de 2024, eu teria que aturar. No mês de fevereiro, eu registrei queixa contra três vereadores que já vinham me atacando. Eu venho lutando, até hoje não tive nenhuma resposta, eles até acham que não vai dar em nada, e por isso continuam”, informou.

Segundo Eremita Mota, nesta semana mais uma situação chamou a atenção de todo plenário, quando o vereador Edvaldo Lima partiu para cima dela.

“Se eu falar ‘excelência, o seu tempo encerrou’, se eu falar qualquer outra coisa, é motivo para eles me insultarem. Se eu fosse me queixar de todas as situações que me envolvo, eu teria que vir aqui a Deam todos os dias. Nesta semana eu fiz o pronunciamento da falência da previdência, e o vereador Edvaldo Lima entrou com outro pronunciamento me agredindo verbalmente, sendo que ele não tinha nenhuma prova em mãos para apontar erros. Se ele viesse conversar, seria normal, mas não ir até o microfone e ficar com agressões. Ele saiu gritando. No momento, três outros vereadores precisaram afastá-lo”, disse.

Ainda de acordo com a presidente da Câmara, no dia seguinte, sofreu agressões por parte do vereador Fernando Torres (PSD).

“No outro dia, o vereador Fernando Torres, inclusive eu até percebo uma articulação entre todos eles, mas o vereador voltou para a sua mesa e eu disse, ‘o senhor precisa entender que eu sou mulher, e eu sou a presidente da Câmara’, e neste momento ele sentou e me xingou. Eu solicitei que ele repetisse o que ele tinha dito no microfone, porém pela proximidade dos outros microfones, deu para captar o que ele me xingou”, afirmou.

Ao Acorda Cidade, Eremita Mota também declarou que um dos vereadores disse ao microfone que a mesma não tinha feito uso de medicamento destinado para doença do sistema nervoso.

“Em um outro momento, o vereador José Carneiro foi até o microfone e falou: ‘eu acho que a vereadora Eremita Mota não tomou o gardenal dela hoje’. Eu acho que até mesmo se eu tomasse, não seria a forma mais adequada dele falar isso comigo. Estou aqui na Deam registrando o que já venho fazendo desde o início do ano, eu sou mulher, sou corajosa, criei meus filhos praticamente sozinha, aprendi a me defender. Eu não vou desistir da função a qual fui eleita, eu não quero fugir das minhas atividades, das minhas vitórias, eles precisam entender que a presidência da Câmara até o dia 31 de dezembro de 2024”, concluiu.

O que diz o vereador Edvaldo Lima:

Nesta sexta-feira (18), o vereador Edvaldo Lima (MDB) se defendeu das acusações no que se refere aos vídeos publicados nas redes sociais, envolvendo a vereadora Eremita Mota.

“Isso que está ocorrendo é para ganhar holofotes para usar na política lá na frente, mas espero que ela explique a reforma do prédio anexo da Câmara Municipal de Feira de Santana, cujo valor pode chegar a R$ 6 milhões, além da aquisição de 22 veículos, sendo que a Casa da Cidadania só possui 21 vereadores”, informa o vereador.

Edvaldo afirmou que é integrante da mesa da Câmara Municipal, no caso, terceiro secretário, e que fez apenas uma cobrança para a colega de parlamento. Para o parlamentar, sempre houve e sempre haverá discussões acaloradas em qualquer Casa da Cidadania e disse que a vereadora levou para o lado pessoal, porém, ela não justificou a ausência de reuniões da mesa para decisão da instituição, conforme a Lei.

“Isso que está acontecendo é para tirar o foco dos ofícios que fiz e encaminhei à Presidência, solicitando explicações”, observou.

De acordo com Edvaldo, os artigos 21 e 23 ressaltam que o Presidente só poderá deliberar reforma e tudo em relação à instituição, através de uma reunião da mesa diretiva, o que não acontece há 8 meses. Só houve uma, conforme palavras do edil.

“Para quem não sabe, já segue em processo licitatório os aluguéis dos carros, sem conhecimento da Mesa. Estou zelando pelo bem público e há pessoas que se sentem acuadas, mas vou continuar cobrando. Tenho um grande respeito e carinho pelas mulheres”, finalizou.

Com informações da jornalista Iasmim Santos do Acorda Cidade

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