Rachel Pinto
Por conta das manchas de óleo que atingem o litoral do Nordeste, além do alerta de especialistas sobre o contato com o óleo, o comércio de peixes em Feira de Santana teve uma queda de aproximadamente 20%.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
No mercado do peixe do Centro de Abastecimento, os comerciantes relatam que houve um pequeno impacto e que o questionamento dos consumidores sobre a origem do produto tornou-se algo muito frequente. Eles relatam também que os peixes e mariscos comercializados no local não são do litoral do Nordeste e vem da região Norte, Sul e Sudeste. São pescados através de pesca profissional e fornecidos na grande maioria através de empresas.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
O comerciante Ivan Trindade, que tem uma peixaria no entreposto comercial e trabalha com pescados há 30 anos, relatou que em virtude da ocorrência das manchas de óleo em praias da Bahia, a peixarias não está comprando mariscos de Valença e Maragogipe, por exemplo. Ele garantiu a qualidade do produto que comercializa e informou que compra diretamente com fornecedores de outros estados.
Ele frisou que preza sempre por informar a verdade aos seus clientes e por oferecer segurança no produto vendido.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Boa parte das pessoas acreditam no que a gente fala e compram o produto. Tenho muito tempo no mercado e assim é conquistada a confiança do cliente. A maioria dos produtos vem de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e até do Pará. Esses locais trabalham com a pesca profissional, enquanto que aqui na Bahia a pesca é artesanal. Pesca artesanal utiliza barcos de madeira, que vão e voltam todos os dias. Na região de Santa Catatarina, no Pará tem pesca profissional que são navios pesqueiros com câmaras frigoríficas, máquinas de gelo e tripulação de 100, 220 tripulantes. Pessoas que são contratadas para passar 15, 20 dias no mar, pescando. Alguns produtos inclusive já vêm congelados e embalados”, informou.
O comerciante afirmou ao Acorda Cidade que os principais peixes que vem de outras regiões são o vermelho, beijupirá e a pescada amarela. Ele comentou que espera que a situação das manchas de óleo seja resolvida o mais breve possível e tudo volte ao normal. Ivan relembrou o episódio da Maré Vermelha na Bahia, onde houve grande mortandade de peixes e a população ficou um bom período sem consumir o produto.
“Nesse fenômeno morreram muitos peixes. Mas, passou, tudo passa e isso vai passar também. Infelizmente aconteceu esse acidente com o óleo e eu creio que isso ai será explicado, as praias serão limpas e vai voltar tudo ao normal”, acrescentou.
José Raimundo Souza, morador do bairro Alto do Rosário em Feira de Santana, declarou que é consumidor assíduo de peixes e toda semana leva o produto para casa. O problema das manchas de óleo nas praias não lhe preocupou e ele ressaltou que continua consumindo peixes normalmente porque confia na procedência e na qualidade dos locais onde compra.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Compro com tranquilidade, já conheço o pessoal. O peixe é de qualidade. Gosto da tilápia e a corvina. Não deixo de consumir de jeito algum e o importante é saber a origem do produto”, destacou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.