Gabriel Gonçalves
Depois de 24 horas de paralisação, os rodoviários do transporte coletivo de Feira de Santana, retornaram com as atividades na manhã desta quarta-feira (27). Após a primeira parcela do pagamento ser depositada na conta dos funcionários ainda no dia de ontem (26), o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sintrafs) decidiu encerrar a paralisação.
No início da manhã de hoje, o Terminal de Transbordo Central, já estava com bastante movimentação. De acordo com a doméstica Jaciene Santana, o retorno do transporte coletivo foi uma boa notícia, evitando ter que pagar duas passagens e utilizar o cartão Via Feira.
"Eu gostei dessa notícia porque com os ônibus sem circular, fica muito difícil, principalmente para quem utiliza o cartão, ainda mais eu que trabalho muito longe da minha casa. Essas vans e ligeirinhos só aceitam a passagem em dinheiro e fica difícil ficar gastando dessa forma", explicou.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Maria da Conceição que também estava aguardando o ônibus para o bairro do SIM, explicou que no dia de ontem, passou um grande sufoco para retornar para casa sem saber se teria ou não condução disponível.
"Ontem foi um transtorno para me deslocar porque tinha que trabalhar. O patrão não quer saber se tem ônibus ou não, ele quer que você chegue para trabalhar e no retorno, outro sufoco sem saber como voltar para casa. Eu tinha as passagens no cartão do Via Feira, mas como é que usa se os alternativos não aceitam", questionou.
Com a ajuda do patrão, Maria José Jesus Souza, precisou se deslocar até o local de trabalho através de carro por aplicativo. Segundo ela, também usuária do cartão Via Feira, a falta de ônibus coletivo na cidade prejudica o deslocamento de muitas pessoas.
"Eu estou indo para o bairro do SIM também, e ontem o meu patrão pagou o carro de aplicativo, tanto na ida, quanto na volta e sem o ônibus, não tem como ficar utilizando o cartão do Via Feira. Eu saio todos os dias do Conjunto Feira X para trabalhar lá no SIM, então essa falta do ônibus, dificulta muito o deslocamento das pessoas", disse ao Acorda Cidade.
Usuária do transporte coletivo, Rosa Santos procurou a reportagem do Acorda Cidade para reclamar da falta de abrigo na Avenida Artêmia Pires em frente a uma panificadora no bairro SIM. De acordo com ela, os passageiros não tem onde sentar para aguardar o transporte, ficando em baixo de sol, ou chuva.
"Todos os dias eu pego ônibus lá no bairro do SIM, tem um ponto de ônibus em frente a uma panificadora na Artêmia Pires, não tem assento, não tem sombra, se tiver fazendo sol, a gente se queima, se tiver chovendo, a gente se molha. Ficamos preocupados também, porque se vier algum carro desgovernado em alta velocidade, vai atropelar todo mundo que estiver no ponto de ônibus. Todo mundo sai do trabalho, já cansado, tem que esperar o ônibus por mais de uma hora, e ainda tem que ficar exposto dessa forma, no sol e na chuva, sem nem ter onde sentar", relatou.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade|Bairro Santo Antônio dos Prazeres
De acordo com o motorista da empresa São João, Antônio Raimundo, após ter a confirmação que o dinheiro da primeira parcela foi pago aos funcionários, a categoria teve o bom senso em retomar com as atividades na manhã desta terça-feira.
"Para todos os efeitos, o bom senso tinha que prevalecer e quando eu comentei ontem, era simplesmente sentar na mesa as três partes envolvidas e se entenderem. Foi conversado com a categoria sobre dar esse crédito as empresas e graças a Deus, nós mantemos os nossos empregos e assim a vida vai continuar com o povo trabalhando. Não tem mais para onde a gente correr, temos que ter o bom senso, sem radicalismo e ontem a primeira parcela já caiu na conta no valor de R$ 480 e a previsão é que até sexta-feira caia a segunda parcela. No dia 5 de fevereiro não haverá dificuldades, segundo foi o que disseram e que as empresas honrem com esse compromisso com os funcionários e esperamos que tudo isso possa se normalizar", explicou.
Ainda segundo Antônio Raimundo, deveria existir um comunicado prévio sobre o atraso do pagamento dos funcionários.
"Esse atraso nos pegou de surpresa. A empresa tinha que comunicar esse fato com cinco, seis dias antes para o funcionário se organizar, porque não se fala as coisas em cima da hora. A pessoa fica desorientada, o compromisso que você também tem que honrar, atrasa, você precisa dar a satisfação, vai negociando com um, com outro. São 23 anos nessa função de motorista e precisamos agora pedir a Deus que tudo possa se normalizar", finalizou.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade