Usuários de ônibus convivem com serviço ruim

Os problemas enfrentados por usuários do transporte coletivo mostram o profundo atraso na oferta do serviço essencial para o funcionamento do centro urbano.

Os graves problemas enfrentados por usuários do transporte coletivo em diversas regiões do interior do Estado mostram profundo atraso dos municípios na oferta do serviço, essencial para o funcionamento dos centros urbanos e a integração com as zonas rurais.
 
Em Feira de Santana, os passageiros se queixam do desconforto, da superlotação dos veículos e por esperar demais nos pontos. Os motoristas reclamam do trânsito e das ruas esburacadas. Ninguém está satisfeito com o transporte coletivo e a má qualidade do serviço faz com que os usuários recorram a outros meios. A prefeitura formalizou, em 1997, o transporte em vans. Em 2001, foi a vez do transporte de passageiros em motos ser legalizado. Além destes, existem os motoboys clandestinos e os carros particulares que transportam gente sem autorização.
 
Mesmo preferindo o ônibus, que considera mais seguro, a vendedora Ene Tereza Lemos admite que usa com frequência o serviço dos carros clandestinos, para ir do bairro Viveiros, onde mora, para o trabalho. “A gente espera. O ônibus não vem, é obrigado a pegar o que passar. E o ônibus, na maioria das vezes, só passa lotado”. 
 
Os clandestinos cobram o mesmo valor para fazer a viagem de carro. Mas o trajeto pode virar uma corrida de aventura, fugindo da fiscalização municipal. O carregador Roseval de Jesus mora na zona rural, no distrito Matinha. As queixas são as mesmas de quem vive na cidade. “Tem atraso de até 50 minutos, o ônibus só anda lotado e quebra muito”, relata. 
 
A prefeitura vem exigindo das empresas a renovação da frota e desde o início do atual governo foram incorporados 50 novos ônibus e aposentados 10. É o que diz o secretário de Transportes e Trânsito Flailton Frankles. “A ideia é que ao final do mandato toda a frota tenha sido trocada, com exceção dos carros mais novos”, assinala.  A demanda é suprida por vans e topics, que não são regulamentadas, mas são toleradas pela prefeitura porque o governo municipal não dispõe de frota própria.
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