Feira de Santana

Um mês de isolamento é pouco para os locais com casos de coronavírus, diz secretário de saúde

Secretário Estadual de Saúde volta a afirmar que casos de coronavírus vai aumentar de forma significativa: 'Estamos no início da epidemia na Bahia'

Rachel Pinto

O secretário estadual de Saúde, Fábio Villas Boas, disse em entrevista ao Acorda Cidade na manhã desta sexta-feira (27), que os casos de coronavírus no estado devem aumentar significativamente nas próximas duas ou três semanas e a epidemia está em fase inicial no estado. Ele já havia afirmado isso um pouco antes do cancelamento da Micareta de Feira, citando um estudo comparativo que mostra a progressão de casos de coronavírus em outros países (Relembre aqui)

De acordo com o secretário estadual, o ideal é que as cidades que apresentam casos da doença continuem seguindo as orientações de restrição decretadas pelo governo, como é o caso de Feira de Santana. Ele frisou que a cidade tem a vantagem de ter uma geografia menos verticalizada e isso é positivo no que tange a proliferação do vírus, mas as pessoas devem permanecer em casa. Ele pediu que o poder municipal atue de forma mais enérgica para manter o isolamento social.

Quarentena

Sobre o isolamento social e o estado de quarentena que os municípios estão adotando para evitar a disseminação do coronavírus, o secretário salientou que as orientações do governo do estado são pontuais e dependem de como está o número de casos da doença em cada cidade. Ele opinou acha que a sugestão de 30 dias de quarentena é um período insuficiente para os municípios que apresentam casos de covid-19.

“Essa orientação não é irrestrita, não é generalizada para o estado da Bahia e quem não tem caso confirmado de coronavírus não tem porque adotar medidas de fechamento de comércio, rodoviária, suspensão de transporte intermunicipal. Mas, se quiser minha impressão, eu acho que 30 dias de quarentena será pouco para os locais que apresentam casos”, disse.

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HGCA II

Fábio Villas Boas relatou que o governo do estado vai entregar o Hospital Geral Clériston Andrade II (HGCA II), assim que forem instalados os ares-condicionados elétricos. O objetivo é que o sistema de ventilação fosse a gás, mas este que foi comprado é fabricado na Coreia do Sul e diante da pandemia do coronavírus, não chegará a tempo na unidade hospitalar. Por isso o governo do estado providenciou o ar-condicionado elétrico para ser instalado em caráter de emergência.

“O Clériston II, que tem 40 leitos de UTI, estava previsto para ser entregue em junho, no final de junho, basicamente. Faltava a instalação dos ares-condicionados que nós compramos a gás e esse material é fabricado na Coreia do Sul”, afirmou.

Repasse de recursos para Feira de Santana

O secretário pontuou que o governo do estado tem dialogado com todas as prefeituras municipais e realizando conferências virtuais com todos os prefeitos e o comitê gestor tripartite para pactuar os recursos que o Ministério da Saúde enviou. Ele declarou durante a entrevista ao Acorda Cidade que Ministério da Saúde repassou 30 milhões de reais na semana passada e vai liberar cerca de 40 milhões a partir dessa pactuação.

“Hoje nós temos 30 milhões e deveremos chegar a 70 milhões para poder ajudar no combate e incentivo aos municípios para se prepararem. Eu ouvi o prefeito de Feira anunciar na rádio que o estado não repassou dinheiro nenhum. Mas, talvez ele não tenha sido informado que esse recurso só poderia ser liberado após a realização de um relatório que foi feito ontem à tarde. Ficou definido que Feira de Santana e Salvador vão receber o recurso, ou seja, o estado não vai ficar com o dinheiro que o Ministério da Saúde repassou. Vamos repassar para a prefeitura de Feira e de Salvador para que essas duas prefeituras tomem todas as providências que eles considerem necessárias, ou seja, quem recebeu o dinheiro do Ministério vai ter que tomar as providências. O estado se ofereceu para vários municípios para fazer as aquisições centralizadas de equipamentos de proteção individual e contratar hospitais e Upas dentro dos municípios para poder montar leitos de UTI, tudo pelo estado. Mas, aí a comissão queria que o recurs
o ficasse com a gente. Já que Feira pretende ficar com recurso, Feira terá que tomar as providências dela para poder fazer o enfrentamento ao coronavírus”, explicou.

Segundo Fábio Villas Boas, o montante de recursos que Feira de Santana receberá do Ministério da Saúde equivale a R$ 2, multiplicado pelo número de habitantes que a cidade tem.

Campanha de Vacinação contra a Influenza e H1N1

Fábio Villas Boas falou sobre a campanha de vacinação contra a influenza e H1N1 que foi antecipada e iniciou esta semana no estado. Em Feira de Santana as vacinas já acabaram, mas o Ministério da Saúde vai enviar hoje mais um lote de vacinas ao estado.

“Nós vamos descentralizar imediatamente ao longo do final de semana e então a população pode ficar tranquila que vacina não vai faltar”, concluiu.
   

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