Na manhã deste domingo (24), a Motoclube da Avenida José Falcão, em Feira de Santana, foi palco de concentração para o 3º Encontro Fura Pneu, evento que reuniu trilheiros apaixonados pelo esporte radical. A iniciativa, marcada por adrenalina e o espírito de união, celebrou a cultura do motociclismo off-road e contou com a participação de pilotos de diferentes perfis, idades e profissões. No evento de hoje, o desafio e a aventura foram garantidos no asfalto e nas estradas da região.
Com um clima de camaradagem e muitas histórias para compartilhar, os trilheiros do 3º Fura Pneu reafirmaram a força e a paixão que movem os amantes das trilhas em Feira de Santana, como Paulo Henrique Zenate Monteiro, de 26 anos, engenheiro mecânico que há dois anos começou no esporte.
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“Há dois anos faço trilha, mas o sonho de ser trilheiro já tem sete anos. Através do meu primo, que é o organizador do nosso evento aqui, um grande piloto chamado Marino Buseni. Desde pequeno, ele sempre me empolgou a entrar. Quando ele saía com a galera acelerando, eu sempre tive a vontade de estar naquele meio. Hoje, graças a Deus, realizei esse sonho. Tem dois anos que eu estou e não me vejo saindo”, contou o piloto em entrevista ao Acorda Cidade.
Para quem sabe dirigir e acredita que pilotar em qualquer lugar seja tudo a mesma coisa, Paulo contou que a diferença de onde se pratica é muito grande. Na trilha, pode haver lama, buracos e obstáculos que deixam tudo mais difícil e emocionante. Os trechos podem ter mais terra, areia ou pedra, mas a aventura sempre será garantida.
“A proposta é totalmente diferente. Na trilha, a gente sente a emoção do motor, o ronco do escape. Isso motiva a gente a andar de punho colado, que é uma gíria que usamos. Como dizemos no nosso meio, ‘a lama suja a moto, mas lava a nossa alma’ e é realmente isso. Quando a gente vê uma poça de lama, a vontade é acelerar, passar por cima, chegar em casa sujo e de alma lavada”, declarou.
Principalmente para quem está começando, o trilheiro destacou os cuidados e a responsabilidade que é preciso ter no esporte.
“É importante respeitar seu tempo e sua evolução, principalmente para quem está começando. Não dá para andar do mesmo jeito que os pilotos profissionais. Tem que ir devagar, sentindo a moto, o terreno e sua posição de pilotagem. Hoje a gente tem umas práticas que aprende com outros pilotos mais experientes, ciclística, como é que a gente deve se comportar em cima da moto, em pé, em uma curva. Então, tem várias formas da gente poder administrar”, orientou Paulo.
Marino Busseni, organizador e experiente trilheiro, começou no esporte aos 12 anos e hoje, aos 38, segue apaixonado pelo mundo das trilhas. Sob uma Honda CRF 230, ele se sente realizado fazendo o que gosta.
“Nunca fiz outro esporte que desse tanta emoção e tanta união entre os participantes. Porque você encontra pessoas de todas as classes: mecânicos, pedreiros, médicos, juízes e advogados. Uma galera que se une independente de classe financeira. O cara da CG, o cara da Pop, da moto importada, da moto de 100 mil, de 3 mil e é tudo igual. É um esporte que dá pra todo mundo”, afirmou.
De acordo com ele, é importante montar a “armadura” para ficar protegido ao máximo. Os principais itens são a bota, joelheira, cotoveleira, colete, capacete, óculos, luva, calça e camisa para estar pronto para a trilha. Com segurança, todo mundo pode praticar, inclusive crianças e idosos.
E claro que não poderiam faltar elas, as motos que trazem ainda mais adrenalina para para os esportes off-road. Entre as mais comuns estão a Honda CRF, incluindo a CRF 230 e 250, além da Tornado e algumas motos importadas. Os esportes off road são aqueles praticados em estradas de terra, como rally de jipes, trilhas de motos, quadriciclos ou em bikes de MTB.
Sobre o equipamento necessário, Marino explicou que é possível começar com investimentos desde o básico até itens mais caros. “Você pode montar um combo básico por 1.200 reais, sendo que, se você quiser, pode gastar até 50 mil. Então, depende muito da sua necessidade e do seu bolso.”
Para evitar problemas no meio da trilha, ele recomendou o uso de vacinas nos pneus e câmaras reforçadas de 4 milímetros. “Sempre termina furando, mas com a trava de pneu você consegue evitar que o pito seja cortado. É só andar devagar até um local próximo para fazer o reparo e continuar a trilha.”
Os anos de experiência já fizeram Marino percorrer muitos caminhos como trilheiro. Para ele, cada trilha tem uma história diferente para contar, uma emoção diferente.
“Cada dia é uma emoção diferente. Se ontem choveu, hoje o mesmo trecho já tem outra paisagem, outro jeito de pilotar. A paisagem já muda, já vai ter água, você já vê o verde já saindo. Por mais que choveu ontem, hoje você já vê as coisas brotando. Então já muda muito, até o jeito de pilotagem, a tocada é diferente.”
Em entrevista ao Acorda Cidade, o organizador do evento, Fábio Campos Carvalho, contou que o evento surgiu em 2006. O grupo possuía uma sede no bairro Cidade Nova, onde realizavam encontros. Dessa união entre os esportistas, surgiu o “Fura Pneu”.
Na aventura de hoje, o grupo vai realizar a trilha saindo da Motoclube, passando por Tiquaruçu e seguindo por Retiro. No final do caminho, haverá um som ao vivo para descontrair as emoções, além da cerimônia de premiação.
“É unir os trilheiros e incentivar quem já está aposentado a voltar a rodar. Queremos formar novas amizades e atrair mais pessoas para o esporte”, disse Fábio, destacando o objetivo do encontro.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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