17º Flifs

Tradição e inovação surpreendem no Festival Literário de Feira de Santana  

A reportagem do Acorda Cidade esteve na Praça do Cordel e visitou um estande que tem feito bastante sucesso, principalmente, entre os jovens.

Flifs 2024
Foto: Ighor Simões

O tradicional e o inovador se encontraram em mais uma edição do Festival Literário e Cultural de Feira de Santana (Flifs). Cordelistas pioneiros, autores, e jovens criativos roubaram a cena mais uma vez com tradição, cultura nordestina, popular e brasileira, além de sustentabilidade, economia e claro, muita literatura para todos os gostos. 

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“Meu Livro Eu Alugo”

Pela segunda vez no Festival Literário de Feira de Santana (Flifs), o projeto “Meu Livro Eu Alugo” chamou bastante atenção pelo projeto sustentável e literário apresentado no evento. A reportagem do Acorda Cidade esteve no estande, localizado na Praça Padre Ovídio para conferir o movimento por lá e conversar com Anna Beatriz, uma das idealizadoras do projeto. 

Flifs 2024
Foto: Reprodução | Instagram

Ao Acorda Cidade, Anna contou que o projeto surgiu porque ela não tinha condições de adquirir um livro e resolver unir o que ela tinha para alcançar esse objetivo. Ela colocou os livros para alugar no valor de R$ 2 e conseguiu juntar o dinheiro para comprar o que ela queria. Da história, surgiu uma grande rede solidária e literária. 

“Fluiu a ideia, deu certo, eu consegui comprar o livro, só que muita gente queria vender seus livros e a gente agregou a venda e um tempinho depois a troca também dos livros”.

Flifs 2024
Foto: Ighor Simões

O grupo participa de alguns eventos literários ao longo do ano em feiras da região, mas também faz participações em eventos de escolas, particulares e públicas de Feira de Santana. 

Uma proposta bastante surpreendente do estande é o “Desafio Literário”, onde eles disponibilizam um livro para o cliente comprar totalmente empacotado, sem saber qual literatura está adquirindo. 

“Esse é um encontro às cegas com um livro, onde você compra o livro sem saber qual livro está comprando. Eu como leitora, acredito também, que muitas pessoas acabam julgando o livro pela capa e a proposta que a gente traz é que você não faça isso. Quantos livros a gente deixa de ler por que julgou o livro pela capa?”, contou. 

Flifs 2024
Foto: Ighor Simões

Segundo Anna Beatriz, no geral, as pessoas gostaram da proposta. O livro às cegas tem tido uma aderência bem significativa dos leitores que querem se desafiar com algo desconhecido saindo da sua zona de conforto literária e mbarcando em novas jornadas de leitura. 

Para acompanhar o projeto siga o perfil @meulivroeualugo. 

Na Praça do Cordel – Mestre Lainha

Foto: Ighor Simões

Você acha que acabou? Não, não. O penúltimo dia de evento, no sábado (31), ainda trouxe muita cultura nordestina na Praça do Cordel. Grandes cordelistas da região passaram por lá, como o mestre Bule- Bule, Jurivaldo Alves e Carlos Silva. 

Para falar sobre essa marcante parte da literatura feirense que é a literatura de cordel, o Acorda Cidade conversou com o cordelista Carlos Silva, que contou um pouco da sua trajetória no gênero. Ele começou em 2000 e nunca mais parou.

Flifs 2024
Carlos Silva | Foto: Ighor Simões

“Eu acho que começa na infância desde as primeiras rimas que a gente faz na escola: “batatinha quando nasce, se esparrama pelo chão..”, eu acho que já começa nisso e, se tornando mais adulto, participando de sarau, se enturmando com esse pessoal, surgiu a vontade de começar a escrever”, contou.

De uma família paraibana, ele contou que conviveu com repentistas, cantadores, emboladores entre seus parentes, uma veia familiar que com certeza contribuiu para sua história no mundo do cordel. 

Carlos já escreveu mais de 200 cordéis e tem publicado aproximadamente 82. Na sua oitava participação na Filfs, ele falou sobre a importância do evento para propagar conhecimento, respeito e a cultura popular brasileira. 

“Externar a literatura para que todas tenham mais acesso, que eles compreendam a importância que tem participando da Flifs, que abram essas janelas, esses horizontes, para que as pessoas sejam mais educadas através da literatura, da arte e da cultura que a gente apresenta aqui todos os anos”. 

Com informações da jornalista Iasmim Santos do Acorda Cidade

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