Feira de Santana

Termina sem definição 5ª reunião para definir piso salarial dos comerciários de Feira de Santana

A proposta do sindicato do comércio era elevar o salário para R$ 1.565, representando um ganho real superior a 2%, acima da inflação.

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Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Após quatro horas de negociação, terminou sem acordo a reunião entre os sindicatos do Comércio (Sincofs) e dos Empregos do Comércio de Feira de Santana (Secofs), que definiria o piso salarial dos comerciários.

O Acorda Cidade obteve a informação que, devido ao prazo e a aproximação do Natal e Ano Novo, é possível que a definição fique para janeiro de 2024, caso a próxima reunião, marcada para o dia 14, termine novamente sem um acordo. Esta foi a quinta rodada de negociação. Atualmente o salário para os trabalhadores do comércio é de 1.473,20.

Marco Silva, presidente do sindicato do Comércio local, informou ao Acorda Cidade, que a rodada de negociação abordou as questões não controversas, fez ajustes no acordo coletivo, mas o ponto crucial do reajuste salarial ficou identificado, porque o sindicato que representa os trabalhadores, não aceitou a proposta apresentada de reajuste.

A proposta do sindicato do comércio era elevar o salário para para R$ 1.565, representando um ganho real superior a 2%, acima da inflação.

“Nós oferecemos um ganho real de 6,2%. A inflação deu 4,14% então dá um ganho real acima de 2%, e exatamente esse item que não foi aceito, então a gente vai para mais uma rodada de negociação. Nossa proposta que iria para 1.565 reais, exatamente esse ganho real de mais de 2% e um índice bem acima da inflação”, destacou Marco Silva em entrevista ao Acorda Cidade.

A contraproposta dos comerciários foi de R$ 1.570, apenas R$ 5 a mais do que a proposta do sindicato patronal. Marco Silva enfatizou que a discussão não se trata apenas dos R$ 5, mas sim do índice proposto.

“Não foi por causa de 5 reais, foi exatamente por causa do índice. A diferença em espécie seria 5 reais mensais. Só que quando a gente fala 5 reais, as pessoas podem achar pouco, mas não é só isso, porque é 5 reais vezes 13 salários, vezes encargos sociais, que isso acaba multiplicando isso até por 3. Então é difícil a gente trabalhar só com um índice, ou melhor dizendo, com o valor de 5 reais”, explicou.

Marcos Silva
Marcos Silva | Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A reunião também envolveu o abono salarial, que seria corrigido pelo mesmo índice proposto pelo sindicato do comércio. Marco Silva ressaltou que, de forma inédita, a proposta incluiu a correção para quem ganha acima do piso salarial.

A expectativa era encerrar as negociações ainda em dezembro para que as folhas de pagamento fossem ajustadas a tempo do Natal. Contudo, diante da falta de acordo, a definição pode ser adiada para janeiro de 2024. Marco Silva lamentou a indefinição, afirmando que o sindicato ofereceu um ganho real acima de 2%, buscando uma solução favorável para ambas as partes.

“Esta foi a quinta reunião, ainda não fechamos essa data porque nosso intuito era fechar hoje até para que os contadores rodassem as folhas de pagamento, e para, que as pessoas soubessem o valor do seu salário, ter um Natal até mais alegre. Como isso não foi possível, entendemos que a semana que vem é uma semana complicada já de Natal, então, a gente está tentando conseguir um horário na agenda dos advogados, mas talvez a gente só consiga se reunir em janeiro.A definição então pode sair só em 2024. É uma péssima notícia, nós realmente fomos hoje para dar realmente uma solução nisso que é muito ruim para toda a sociedade essa indecisão e oferecemos mais uma vez, vou dizer, um ganho real acima de 2%”, declarou.

Comerciários propõe salário de R$ 1.570,00

Em entrevista ao Acorda Cidade Antônio Cedraz, presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio (Secofs), destacou que as partes chegaram perto de um acordo, mas um impasse surgiu em relação à diferença de R$ 5,00 no valor proposto pelo sindicato patronal.

“Eles chegaram a R$ 1.565,00, e nós amarramos em R$ 1.570,00. Quer dizer, R$ 5,00 a diferença. Mas eles alegam que já chegaram a 2%, e a gente vê que 2% é muito pouco”, explicou Cedraz.

Antônio Cedraz
Antônio Cedraz | Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Ele ressaltou que a inflação impacta diretamente no custo de vida dos trabalhadores, e a proposta inicial do sindicato patronal não atende às necessidades da categoria. “A gente chegou aos R$ 7,00 e depois abrimos mão para chegar aos R$ 6,5. Essa diferença de 0,3%, não chegamos a nenhum acordo, que é os R$ 5,00.”

Segundo o sindicalista, a situação gerou tensão, levando a uma nova marcação de reunião para o dia 14 de dezembro. O presidente do Secofs espera que, com os ânimos mais acalmados, seja possível chegar a um entendimento e finalizar as negociações.

SUPERMERCADOS E FERIADOS

Quanto às negociações com o sindicato dos supermercados, Antônio Cedraz revelou que a primeira reunião já ocorreu, e algumas cláusulas não controversas já foram aprovadas.

Já houve uma conversa com o sindicato dos supermercados? Já houve a primeira reunião, a gente já definiu as cláusulas que não tem controvérsia, essas aí já foram aprovadas hoje. Agora de tarde vamos ter mais outra reunião e vamos entrar na fase meio complicada que é a negociação realmente de salário como nós negociamos aqui.

“A assembleia pediu 15%, a assembleia é soberana, mas a gente sabe que um percentual desse fica meio difícil. Mas eles ofereceram o NPC, mas não fizemos nem a contraproposta, porque na realidade eles ofereceram espontaneamente para a gente analisar. Vamos ver se a gente fecha pelo menos uns 8,5% por aí, que a estrutura dos mercados a gente entende que é mais, até sacrificando para o trabalhador, e por isso exige um pouco mais deles. O salário dos trabalhadores de supermercado é um pouquinho maior que o do comércio. Nós temos vale-refeição, nós temos dois abonos e lá, tem quatro lá, e cesta básica, então tem uma série de vantagens a mais do que o pessoal do comércio”, informou Antônio Cedraz ao Acorda Cidade.

O piso salarial atual no setor de supermercados é de R$ 1.560,00, um valor um pouco superior ao do comércio. A negociação também incluirá pontos como abonos, , feriados e o Dia do Comerciário, com propostas que buscam beneficiar os trabalhadores.

“Sobre os feriados, ainda vamos negociar os feriados, e o dia do comerciário também. A proposta dele para a segunda de Carnaval, a nossa continua para a terceira, segunda-feira de outubro como ocorreu neste ano. Se aprovar o piso que a gente está propondo e mais um abono, a gente pode chegar a proposta deles”, concluiu.

Participaram da reunião de negociação os dois sindicatos (do Comércio e dos Trabalhadores do Comércio), os dois presidentes das entidades, Marcos Silva e Antônio Cedraz, e toda a diretoria e corpo jurídico.

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