Feira de Santana

Taxista que criou 'Táxi FSA' questiona tentativa de secretaria e sindicato trazerem aplicativo de fora

De acordo com ele, a categoria não foi 100% consultada e apenas uma pequena parcela de no máximo 70 taxistas foi convocada pelo sindicato para decidir o futuro de 1.350 taxistas.

Rachel Pinto

O taxista Fábio Vacarezza, criador do aplicativo ‘Táxi FSA’, contesta o fato de haver um aplicativo local e o Sindicato dos Taxistas junto com a Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) estarem cogitando contratar os serviços de um aplicativo de fora, o Mobi Táxi.

De acordo com ele, a categoria não foi 100% consultada e apenas uma pequena parcela de no máximo 70 taxistas foi convocada pelo sindicato para decidir o futuro de 1.350 taxistas.

“Nós achamos que deveria ter sido feita uma consulta mais ampla para saber se a totalidade da categoria é de acordo para trazer o aplicativo de outra cidade, ou usar o que já tem na cidade mesmo”, opinou.

Fábio afirmou que o aplicativo Táxi FSA já chegou a ter 350 taxistas cadastrados e que atualmente conta com uma média de 120 profissionais. De acordo com ele, quando surgiu a ideia do novo aplicativo, o Táxi FSA reduziu o preço e inclusive ganhou novos taxistas colaboradores.

“O problema é que nós perdemos muitos taxistas para os aplicativos. Mesmo privados. Porque muitos eram taxistas auxiliares, de carros alugados e resolveram investir em serem donos de seus carros, rodando em outros aplicativos privados. Nossa relação pessoal com o sindicato não é das melhores. Nós já contestamos várias vezes porque que o presidente está lá há 40 anos. 40 anos a frente de um sindicato, para mim é uma ditadura, é uma coisa que não tem lógica, a pessoa está lá há 40 anos e não dá oportunidade para outros”, declarou.

O presidente do Sindicato dos Taxistas, Liomar Ferreira, respondeu às declarações de Fábio Vacarezza e considerou-as como equivocadas.

“Na verdade, me parece um tanto equivocada essa posição do ilustre explorador de taxistas que é o senhor Fábio Vacarezza. Eu digo explorador, porque ele não tem uma empresa para fazer caridade a taxista, ele tem para cobrar do taxista que aderir a proposta dele, seja da empresa de rádio taxi, ou até o aplicativo que ele acoplou a esse serviço da central de rádio que é a chamada Fone Taxi. Nesse caso, eu estranho muito que ele esteja se referindo a uma escolha que não tem a vontade da maioria, quando a convocação foi feita em três ou quatro oportunidades e os motoristas não compareceram para dizer que queriam o aplicativo dele. A verdade é que essa crítica dele, relacionada ao que teria sido uma escolha com a vontade da minoria, eu pergunto, nesses dois anos, que é o tempo que ele tem com o aplicativo em questão, ele fez consulta a classe? Até porque eu preciso deixar claro aqui que eu não fiz convocação a taxista para ele escolher aplicativo nenhum. Em dois anos ele não conseguiu a quantidade que ele está dizendo e agora o Mobi Táxi oferece um valor infinitamente menor do que ele cobrou até aqui. Se ele está se dispondo a reduzir esse valor, exatamente para não perder o pouco que ainda resta, é uma questão dele e não diz respeito nem a mim como pessoa e muito menos ao Sindicato”, afirmou.

Liomar Ferreira frisou ainda que o Sindicato não está impondo que a categoria faça escolha de aplicativo nenhum.

O secretário municipal de Transportes e Trânsito Saulo Figueiredo, também comentou sobre o posicionamento do taxista Fábio Vacarezza e salientou que a secretaria realizou junto com a categoria três encontros para debater sobre a implantação do aplicativo Mobi Táxi.

“Nas oportunidades, os taxistas que ali estavam presentes, gostaram da proposta. A mesma coisa que está acontecendo em Salvador, de se abraçar uma única plataforma para que se possa trabalhar a imagem dessa plataforma e o cliente entender que existe ali, um aplicativo oficial para o município. Liomar procurou o prefeito nesse sentido, o prefeito comprou a ideia, fomos a Cemob em Salvador, reunimos com o pessoal do Mobi Táxi, que é um aplicativo oficial da prefeitura de Salvador, e fizemos todo esse meio de campo. Na última reunião, nós abrimos espaço para que qualquer aplicativo fizesse a sua apresentação comercial, porque é uma relação comercial entre taxistas e aplicativos. A prefeitura não é dona de tecnologia, a prefeitura, só vai ver se está em consonância com a portaria que a gente tem, que regulamenta os aplicativos, e então, na oportunidade, Fábio fez a apresentação do seu aplicativo, falou qual era a mensalidade e passou todas as informações pertinentes. O Mobi Táxi também fez a sua informação e um terceiro aplicativo de Salvador, também se fez presente, fez a sua apresentação e ao final, a categoria optou por abraçar o Mobi Táxi”, acrescentou.

Segundo o secretário, foi aberto um pré-cadastro e de imediato, em apenas cinco dias, cerca de 150 taxistas se mostraram interessados em aderir a plataforma. A previsão é que as atividades através do Mobi Táxi sejam iniciadas no mês de março e os taxistas têm até o dia 28 de fevereiro para se cadastrarem.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

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