Diante da chuva que caiu em Feira de Santana no início do mês e que resultou em diversos pontos de alagamentos em avenidas e ruas do município, a Superintendência de Operações e Manutenção (Soma) fez um alerta sobre o volume de água nunca registrado antes, além dos riscos de entupimentos de canais causados pelo descarte incorreto do lixo.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o superintendente da Soma, o engenheiro João Vianney destacou que os principais prejuízos enfrentados pelo município são oriundos das chuvas concentradas.
“De fato nós temos bairros que a Soma, Defesa Civil tem os mapeamentos de áreas que elas têm uma condição menos propícia e menos resiliente nos momentos de chuva. Temos regiões que com canais, locais próximos a lagoas, lençol freático elevado que, com as chuvas, com a intensidade maior você tem essa recorrência. O que a gente tem enfrentado nos últimos tempos nas chuvas de janeiro, fevereiro e essa de abril são as condições de chuvas extremamente concentradas”, disse.
Com o grande volume de água, as consequências para a população, de acordo com Vianney, são notórias.
Questionado sobre os principais desafios enfrentados pela superintendência na redução e prevenção de alagamentos, o engenheiro contou que o descarte incorreto de lixo e canais inferiores à quantidade de água recebida nos últimos dias também são as principais causas de inundações.
“Na terça-feira, dia 2, tivemos uma chuva com 71 milímetros em 40 minutos, é uma condição atípica, os especialistas até falam sobre essas mudanças climáticas, temos uma concentração muito grande e os sistemas de drenagem não foram dimensionados para isso. Quando você associa a ocupação dos canais, das lagoas, os lançamentos de lixo, alguns locais que efetivamente o sistema está envelhecido, torna-se um conjunto de situações que se agravam em um momento de chuva extremamente concentrada e estamos tendo situações em que as pessoas falam que nunca aconteceu um alagamento na rua e agora está. Eu nunca presenciei na história de Feira uma chuva superior a 50 ou até 70 milímetros”, pontuou.
Mesmo com os desafios na limpeza de canais, João Vianney disse ainda que a prefeitura tem investido em redes de drenagem a fim de prevenir novos problemas relacionados à chuva que podem afetar diretamente a população.
“Feira tem um investimento em drenagem recorrente, obviamente mais envolvendo a microdrenagem. Fizemos uma grande rede em que o centro da cidade, como a Avenida Senhor dos Passos tinha um problema com as chuvas próximo a praça, tinha alagamentos e o centro hoje, na última chuva nós tivemos apenas um relato que foi relacionado à sujeira. Tivemos outro alagamento na trincheira porque também foi causado por lixo. Temos que ter uma conscientização das pessoas para que tenham um manejo correto do lixo”, finalizou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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