Feira de Santana

SMT aplicou mais de 50 mil multas no primeiro semestre

De acordo com Francisco Junior, superintendente de Trânsito, a secretaria fez um ranking, apontando quais são as mais frequentes infrações.

Daniela Cardoso

Excesso de velocidade; invasão de sinal; uso do celular na condução do veículo; falta do uso do cinto de segurança e fila dupla. Estas são as cinco infrações de trânsito mais cometidas em Feira de Santana, segundo um levantamento feito pela Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito. De acordo com Francisco Junior, superintendente de trânsito, a secretaria fez esse ranking, apontando quais são as mais frequentes infrações, que já geraram mais de 50 mil multas só este ano na cidade.

“Só em invasão de sinal, nesse primeiro semestre foram em torno de 10 mil notificações. Excesso de velocidade, algo em torno de 30 mil. Uso de celular, seis mil notificações. Existem estudos que mostram que todas as notificações feitas, relacionadas ao trânsito, têm um grau de registro infinitamente menor do que realmente acontece. Isso quer dizer que se houvesse uma fiscalização maior, bem maiores seriam os números que estamos apresentando agora. Temos uma distribuição bastante homogênea dos locais onde ocorrem as infrações de trânsito, mas a nossa preocupação é que essas infrações venham a trazer problemas, como acidentes que possam transformar as pessoas envolvidas em vítimas fatais ou não”, destacou.

Aferição dos radares

O superintendente Francisco Junior explicou também que existe uma obrigatoriedade legal quanto à aferição de radares metrológicos, que são aqueles que medem algo, a exemplo do excesso de velocidade. Segundo ele, também existem os radares não metrológicos, que são os que não medem nada.

“Esses que não medem, apenas constatam infrações, por exemplo, a invasão de sinal. Esses radares não têm condição de serem aferidos, por conta de uma legislação específica do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que diz que esses equipamentos, quando fabricados, têm uma homologação que é lançada no site do Inmetro e aquela constatação do equipamento, se é eficiente ou não, começa na sua fabricação e termina quando o equipamento é descartado”, explicou.

Indústria de multas

O superintendente Francisco Junior disse que fica preocupado com a chamada ‘indústria de multas’, dita por muitas pessoas em Feira de Santana. “Algumas pessoas dizem que o município fica só querendo arrecadar. Queríamos, na verdade, que não precisássemos colocar um equipamento para fiscalizar condutores irresponsáveis”, disse.

De acordo com Francisco, o dinheiro arrecadado com as multas é revertido para o próprio trânsito da cidade. “Seja em melhoria de sinalização das vias, seja em equipamentos que a gente moderniza o trânsito da cidade com mais fluidez, seja em campanha de trânsito, o dinheiro é todo revertido nessas ações”, destacou.

Nóide Cerqueira e Rua Calamar

Francisco Junior ainda respondeu as reclamações de moradores sobre a alta velocidade praticada por alguns motoristas na Rua Calamar, bairro Conceição, e também na Avenida Nóide Cerqueira, onde recentemente um grupo de estudantes fez um protesto, após a morte de uma jovem de 17 anos, que foi atropelada no dia 29 de maio deste ano e morreu na noite da última terça-feira (11), no Hospital Geral Clériston Andrade.

Sobre a Nóide Cerqueira, o superintendente informou que a competência atual é da SMT e que a secretaria tem buscado fazer as adaptações necessárias no local. Segundo ele, existem estudos visando à redução da velocidade e um equipamento de fiscalização eletrônica já foi colocado no início da via.

“Quando a via estava para ser entregue, tivemos uma reunião com empresas responsáveis para falar sobre a velocidade. Nós da SMT fomos contra esse tipo de variação, onde tem 80, 60 e 40 quilômetros por hora. Isso cria uma certa instabilidade para as pessoas”, afirmou.

Com relação à Rua Calamar, Francisco Junior informou que algumas visitas já foram feitas ao local e que existe um pleito da comunidade para colocação de quebra-molas. Segundo ele, uma equipe de engenharia e sinalização será enviada para o local para vislumbrar o que pode ser feito.

“Sei que existe um chamamento grande da comunidade para a colocação de quebra-molas. Deixo claro que nem sempre essa é a solução para a redução da velocidade. Deve existir um estudo amplo, específico. Temos uma quantidade enorme de solicitação para colocação e retirada de quebra-molas”, afirmou.

As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade