O site oficial da prefeitura Municipal de Feira de Santana foi invadido por um hacker, ou melhor, um craker identificado como FL4M3 – Hackinho – D4rk. Nesta quarta-feira (03) a web página amanheceu com uma frase de reflexão ("O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer." – A.A), um título em cima do emblema da prefeitura (Brazilians Defacers , Oops! Owned) e com um e-mail de ajuda ([email protected]).
Foto: Reprodução
Todas as páginas foram ocultadas por uma página virtual que funciona como uma espécie de máscara que impossibilita visualizar as informações do site. Tudo indica que o ataque foi realizado na noite de ontem (02). O endereço do site da prefeitura é www.feiradesantana.ba.gov.br.
A página voltou ao normal ainda na manhã de hoje. Segundo o presidente da Fundação Cultural Municipal Egberto Tavares Costa, César Orrico, essa não é a primeira vez que o site é atacado. Durante entrevista ao Acorda Cidade ele informou que os responsáveis são provavelmente pessoas que os companham de perto, " porque os crackes sentem prazer de ver o pânico das pessoas diante do problema".
Hacker ou Cracker?
Os termos hacker e cracker se parecem muito e são comumente confundidos. Ambos são pessoas que possuem habilidades extraordinárias em lidar com sistemas e programações, e que dedicam muito tempo de suas vidas a fim de estudar tais conteúdos. O que os difere é o uso que fazem destes conhecimentos. A palavra hacker, em sua tradução literal significa cortador. Esta tradução pode adquirir sentido se pensarmos em algo como cortar ou derrubar barreiras. De acordo com Pedro Rezende, professor de informática da Universidade de Brasília, hackear é esmiuçar, o que não pressupõe condição para piratear, vandalizar ou vender serviços criminosos.
Cracker, de acordo com o significado originalmente cunhado ao termo, designa sim, elementos mal intencionados, que estudam e decodificam programas e linguagens a fim de causar danos a computadores alheios. A intenção é invadir e sabotar sistemas, quase sempre objetivando a captação de dados passíveis de render cifras. Ou seja, roubo eletrônico, estelionato ou o que quer que seja. A intenção é definitivamente ruim. Existem ainda diversas subdivisões para o termo cracker: cader, especialistas em fraudar cartões de crédito; defacer, indivíduo que desfigura as páginas principais de sites; e outros muitos, que expostos aqui só serviriam ao fomento da confusão entre os termos prioritariamente discutidos.
Para tal conduta existem termos estritamente apropriados, como lamer ou cracker. Ainda de acordo com Rezende, hackers não podem ser considerados coletivamente como criminosos, já que muitos deles trabalham em colaboração com desenvolvedores de software, em uma ação que visa eliminar possíveis falhas de segurança nestas ferramentas. Os hackers são considerados também os principais responsáveis pelo desenvolvimento da internet e dos softwares livres (o Linux é uma criação hacker!).
Andréa Trindade com informações do Sisnema