Williany Brito
Intensificar as ações contra a exploração sexual contra crianças e adolescentes é o principal objetivo dos órgãos competentes, principalmente quando o alto índice de casos em todo o mundo é fator preocupante. A especialista no assunto, a professora e médica hebiatra Maria da Conceição Oliveira Costa, afirma que em Feira de Santana o número de casos está na média nacional.
A forma mais conhecida de exploração sexual é aquela que utiliza a criança ou adolescente para fins comerciais. O sistema de garantias no combate a exploração sexual de crianças e adolescentes formado por vários programas, como Sentinela, Conselhos Tutelares, Vara da Infância e adolescências, precisa ser melhor estruturado, segundo Maria da Conceição Oliveira Costa.
– Se faz necessário o melhoramento da estrutura física, de capacitação e educação continuada para os recursos humanos, que merecem, pois são muito persistentes no que fazem. Feira tem uma situação de um município pobre, que fica no entroncamento rodoviário importante, te trechos de rodovias estaduais e federais. Desde 2003, as entidades lutam para enfrentar e prevenir a exploração sexual infanto-juvenil. Os números são preocupantes não só no Brasil como na América Latina.
O secretário Municipal de Prevenção a Violência, Mizael Freiras, concorda com a especialista sobre a necessidade de melhorar o sistema de garantias no combate a exploração sexual de crianças e adolescentes.
– Estamos demandando ações e concorrendo contra soluções mesmo enfrentando dificuldades. Temos contando com apoio de vários seguimentos e entidades. Mas, para a complexidade e estrutura que Feira de Santana, com mais de 600 mil habitantes e com tantas necessidades, considero muito pouco o que nós pretendemos fazer para combater.
Prevenção
Toda violência contra criança e adolescente é condenável. De acordo com os especialistas, além das consequências individuais, ela cria futuros agressores, perpetuando um drama social que só pode ser resolvido pelo combate acirrado na raiz do problema.
Há seis anos, existe no Brasil o Disque Denúncia Nacional (Disque 100), que protege jovens menores de 18 anos contra maus tratos, abandono, exploração do trabalho infantil, assédio e abuso sexuais, aviltamentos e exploração sexual comercial. Até mesmo bebês recém-nascidos, que também são vítimas de pedofilia, podem ser protegidos pelo sistema.
Segundo a especialista Maria da Conceição, a violência tem se configurado de forma “muito acentuada” entre as famílias e pessoas próximas e elas. O agressor desconhecido, praticamente, não existe.
Na opinião do secretário, a prevenção é o melhor caminho para evitar a agressão contra crianças e adolescentes, pois, futuramente, esse problema pode se tornar, ainda, mais complexo de ser resolvido.
– Tudo perpassa pelo caminho da prevenção. Isso nos faz entender que cada centavo não investido na precaução, vai se ter de nove a 10 para recuperação. Todo investimento feito é necessário para que a gente consiga controlar essa situação social e venha trazer, também, condições de tranqüilidade. (As informações são do repórter Ney Silva, do programa Acorda Cidade)