Feira de Santana

Sinjorba mobiliza jornalistas contra MP que acaba com registro profissional

O presidente do Sinjorba, Moacy Neves, participou de um encontro com profissionais de comunicação em Feira de Santana e falou do prejuízo em acabar com essa exigência.

Ney Silva

O Sindicato dos Jornalistas do estado da Bahia (Sinjorba) está mobilizando a categoria contra a MP-905 do governo federal, que acaba com a exigência do registro profissional para trabalhar na profissão. O presidente do Sinjorba, Moacy Neves, participou de um encontro com profissionais de comunicação em Feira de Santana e falou do prejuízo em acabar com essa exigência.

“O prejuízo maior de não termos mais o registro profissional é a banalização da profissão. Essa medida provisória, ao acabar com a exigência do registro profissional para o exercício da profissão, na prática quer dizer que todos os 208 milhões de brasileiros podem ser jornalistas, basta ter vontade de ser. Antes para exercer a profissão de jornalista tinha que ter uma formação universitária. Em 2009 o Supremo Tribunal Federal acabou com essa exigência. Mesmo assim o registro profissional continuou sendo exigido para o exercício profissional e as delegacias regionais do trabalho concediam o registro profissional sob critérios. Agora, com o fim do registro profissional, é a banalização com a posterior precarização das relações de trabalho, pois um jornalista sem registro, pode aceitar qualquer remuneração, ocupando o espaço de um profissional que tenha capacitação e tenha registro”, explicou.

Moacy Neves defende que o registro termina sendo um compromisso profissional daquela pessoa que deseja ser jornalista. Além disso, ele destaca, que aumenta a responsabilidade com sua profissão. O presidente do Sinjorba ainda falou sobre a proliferação das notícias falsas (fake news).

“Uma pessoa que não tem formação e nem registro, não necessariamente ela vai ter compromisso com a profissão. Lógico que o contrário também pode acontecer. A proliferação de notícias falsas especialmente nas redes sociais na internet, demonstra que cada vez mais precisamos ter qualificação, critério, ética e responsabilidade com a notícia. Estamos indo aos veículos de comunicação para explicar a sociedade o que é essa medida provisória, que trata de muitas questões que vão precarizar as relações de trabalho e mostrar a sociedade a necessidade dela reagir em defesa do trabalho decente”, destacou.

Moacy Neves também falou sobre o futuro dos cursos universitários de jornalismo no Brasil. Segundo ele, com o fim do registro profissional a tendência é que muitos desses cursos percam a atração da juventude.

“Em 2009 quando o Supremo Tribunal Federal derrubou o diploma como requisito obrigatório para o exercício profissional de jornalismo, tínhamos 24 faculdades na Bahia que tinham o curso de jornalismo. 10 anos depois, agora só temos 16 faculdades com cursos de jornalismo e mesmo essas faculdades que ficaram, algumas tem apenas um turma e outras nem mesmo conseguem formar uma turma”, disse.
 

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