Feira de Santana

Sindicato dos bares e restaurantes teme demissões após novas medidas de restrição

Segundo sindicalista, o novo decreto estadual inviabiliza o funcionamento dos bares e prejudica também os restaurantes.

Laiane Cruz

O presidente do Sindicato de Bares e Restaurantes de Feira de Santana, Getúlio Andrade, vê com grande preocupação a limitação do funcionamento dos bares e restaurantes pelo decreto do toque de recolher, que prevê o funcionamento desses estabelecimentos somente até as 18h, e o funcionamento do serviço de entregas (delivery) até as 23h. De acordo com ele, o novo decreto estadual inviabiliza o funcionamento dos bares e prejudica também os restaurantes.

Foto: Paulo José/ Acorda Cidade

“Na prática, o decreto fecha completamente os bares e limita o funcionamento dos restaurantes, trazendo como consequência a ampliação dos prejuízos, se levar em conta que em 2020 o setor ficou cinco meses sem operar. Os bares iniciam o movimento a partir das 16h ou 17h, e se o limite de fechamento é às 18h, ninguém vai abrir um bar nesse horário pAra fechar. Já os restaurantes iniciam a operação às 11h até as 15h, fecham e reabrem às 19h, e já não vão poder fazer isso”, observou o representante sindical.

Para ele, a situação dos empresários está cada vez mais agravada e já prevê mais demissões no setor. Ele criticou também as aglomerações em alguns estabelecimentos.

“Antes do decreto o funcionamento era até as 23h. As aglomerações que são geradas nesse ou naquele estabelecimento não têm justificativa nem amparo legal, tendo em vista que o decreto do município e o protocolo que o sindicato ajudou a construir junto com o governo não permite essas aglomerações. Então se algum estabelecimento não está cumprindo não é por desconhecer. Os que não são associados, que nós não conseguimos passar a informação, eu quero aqui mais uma ratificar que a imprensa faz um trabalho extraordinário, na medida em que diariamente repassa essas publicações, esses decretos, então não tem justificativa esses empresários alegarem o desconhecimento, que não têm a informação”, declarou.

Segundo Getúlio Andrade, a orientação do sindicato será de cumprimento das regras. No entanto, ele refuta a ideia que o setor é o principal responsável pelo crescimento dos casos de contaminação.

“Isso não tem embasamento, do ponto de vista científico, de atribuir somente ao seguimento dos bares e restaurantes a responsabilidade total pelo crescimento dos casos. Nós rechaçamos isso veementemente, e entendemos também que se pararmos para fazer uma reflexão, não tem nenhuma projeção de quando isso se normalizará. Até porque se o índice de vacinação do estado não atingiu ainda os 3%, em que momento essa população estará toda vacinada? É uma reflexão muito preocupante, e torcemos para que essa situação se normalize o mais rápido possível, porque os empregos precisam ser mantidos, e os empresários precisam da sua sobrevivência”, destacou.

O sindicalista informou ainda que a entidade está se articulando para buscar reparação das perdas nos níveis federal, estadual e municipal.

“No nível federal, a gente tem uma sinalização de que o governo vai avaliar na próxima semana a possibilidade de retornar aquela suspensão de contratos, e tem outras medidas também, a exemplo da suspensão do pagamento do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) dos empresários que tomaram empréstimo. E vamos buscar outras medidas compensatórias junto ao estado e ao município.”

Além do toque de recolher, o governo do estado decretou lockdown nas cidades da Bahia a partir das 20h desta sexta-feira (26) até as 05h de segunda-feira (1º). De acordo com as novas medidas anunciadas no início da tarde de hoje (25) pelo governador Rui Costa, lojas do comércio deverão fechar as portas a partir das 17h; bares, restaurantes e lanchonetes só podem funcionar até as 18h e os shopping até as 20h. 

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade. 

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