Rachel Pinto
A polêmica sobre o faturamento milionário da empresa de ônibus São João, apresentado ontem (25) pelo vereador Silvio Dias no programa Acorda Cidade, teve mais um capítulo nesta sexta-feira (26), também durante o programa. Desta vez, o empresário Marco Franco, dono da empresa São João, apresentou seu contraponto em relação às declarações do vereador e relatou que está disponibilizando a chave da sua “Caixa Preta”, para esclarecer quaisquer informações para Silvio Dias e para quem quer que seja.
O vereador relatou ontem que a empresa tem tido um faturamento milionário e que está alegando prejuízos que não existem. De acordo com ele, há uma "Caixa Preta" de informações que não são divulgadas para a população. Marco, por sua vez, na entrevista de hoje, relatou que o acesso á “Caixa Preta” está disponível e diferente do que o vereador afirmou dos lucros milionários, a empresa está em déficit econômico na cidade.
Ele apresentou sua versão de números do faturamento e das despesas e alegou que se não houver um entendimento, um diálogo entre o poder público e as empresas, a situação tende a piorar e gerar problemas para Feira de Santana como um todo. Na opinião dele, a alternativa para a manutenção do serviço das empresas seria a prefeitura oferecer um subsídio, através de uma tarifa técnica.
Durante a entrevista ao vivo com Marco Franco, Silvio Dias participou do programa Acorda Cidade por meio de ligação, relatando que mesmo com todos os esclarecimentos do empresário, continua com muitas dúvidas e questionou também sobre os requerimentos de informações sobre o transporte público que são rejeitados pela Câmara de Vereadores.
“As dúvidas continuam, porque como apresentei ontem, o proprietário da empresa relata que não falamos das despesas, falamos sim. Falamos que foram descontados R$ 9.677.000, que foram superavitários; foram descontados R$ 5.240.000, relativos à despesa com pessoal, tributos e outras despesas; foram descontados também investimentos no valor de R$ 172.500. Eu faço a pergunta para o nobre empresário: quantas linhas hoje são atendidas, qual o volume de ônibus efetivamente que estão hoje na cidade? Tendo em vista que esses questionamentos nós fizemos via requerimento e não conseguimos que esses requerimentos fossem aprovados. Menos de dois anos, a empresa já relata prejuízo financeiro. Será que ele como empresário, ao chegar no mercado de Feira de Santana, não a avaliou corretamente esse mercado, não viu quantas linhas seriam necessárias, não viu a quantidade de passageiros que efetivamente pegavam o ônibus? Não viram isso, ficou apenas no documento apresentado pela prefeitura, não viam a concorrência que existia no transporte clandestino? São questões que precisamos de respostas. Toda a sociedade de Feira de Santana sabe sim da "Caixa Preta" que é o transporte público da cidade”, pontuou.
Marco Franco respondeu ao vereador enfatizando que a "Caixa Preta" da empresa São João está à disposição e que em relação aos requerimentos relacionados ao transporte coletivo, não entra neste mérito, pois é uma questão entre o Silvio Dias e seus pares.
“Como já disse, a chave da "Caixa Preta" da São João está à disposição. O convite ao vereador Silvio Dias e a todos e demais colegas da câmara está à disposição para nós debatermos, não para fazer acusação, que não vai levar a lugar nenhum. Só vamos chegar a um lugar de interesse comum, quando falo nesse comum é principalmente o interesse da população que necessita de transporte, se nós sentarmos para buscar soluções, não para fazer acusações. Então se for para buscar soluções, estaremos sempre à disposição de quem quer que seja. Em relação aos requerimentos, não vou entrar no mérito, porque ele tem que discutir com os pares dele e não comigo. Em relação ao número de passageiros que ele cita, qualquer edital de licitação tem via pública. É o poder público concedente que vai determinar. Se o poder público concedente não tem domínio desse número, quem dirá qualquer licitante, qualquer concorrente que venha participar. É humanamente impossível uma empresa ou empresário, quem quer que seja, que tenha o número de passageiros efetivamente transportados. Eu desafio o vereador se há um meio de identificar o número de passageiros”, finalizou.