Daniela Cardoso
Atualizada às 15:46
Servidores técnicos da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) realizaram, nesta terça-feira (4), uma paralisação de 24 horas em frente ao pórtico da universidade. De acordo com a sindicalista Daiana Alcântara, presidente do Sintest, esta mobilização é para protestar o corte de ponto dos servidores que aderiram a uma mobilização anterior, realizada no dia 16 de agosto.
“A Uesc, a Uesb e a Uneb fizeram essa mobilização e nós também, mas recebemos um comunicado através das redes sociais de que o superintendente da Saeb (Secretaria da Administração do Estado da Bahia) havia enviado para as reitorias um ofício solicitando que os reitores enviassem um registro de quem trabalhou naquele dia e já ameaçava de que aqueles que não trabalharam, ou seja, que aderiram a paralisação, deviam ter o corte de ponto. Isso nunca aconteceu no estado da Bahia. Nenhum trabalhador nunca foi penalizado por reivindicar seus direitos por 24 horas, então foi surpresa essa ação e estamos nos mobilizando para dizer que não vamos nos intimidar”, afirmou.
Segundo Daiana Alcântara, o corte foi feito no contra cheque dos servidores, que ela classificou como vergonhoso. Ela afirmou que os servidores vivem numa situação de desespero há mais de 4 anos, sem reajuste salarial.
“Só estamos recebendo a reposição inflacionária, não recebemos aumento real nos nossos salários e desde 2015 nem a reposição inflacionaria nós recebemos. Eu não sei se é mais vergonhoso ter um corte que varia entre 159 reais a 128 no nosso contra cheque ou o nosso próprio salário”.
Além do descaso com o servidor público, Daiana Alcântara ainda falou sobre a atual situação da Uefs. Ela afirma que a universidade vem sofrendo com cortes orçamentários.
“Não é novidade o quanto a universidade vem sofrendo com esses cortes. Ontem tivemos mais de 300 trabalhadores terceirizados da limpeza, manutenção e da copa, sem saber se ia ter trabalho, pois o contrato venceu no dia 1º e não tinha outra empresa com contrato emergencial para continuar o serviço. São cerca de 500 servidores técnicos na ativa e que tiveram esse corte no ponto por fazer essa reivindicação”, disse.
A sindicalista informou que uma negociação de reposição do trabalho foi feita, assim como os valores cortados. Ainda assim, ela afirma que os trabalhadores vão continuar reivindicando os direitos, mesmo com a ameaça de novos cortes. Segundo Daiana, uma reunião será realizada ainda nesta terça com a administração da Uefs para discutir questões relativas as condições de trabalho interna.
“A Uefs é o único órgão do estado que não oferece água, então o servidor paga a água para poder trabalhar. A gente trabalha nos laboratórios executando todos os serviços administrativos que a universidade precisa. Além do suporte a pesquisa que o servidor dá e que em 2015 teve o adicional de insalubridade cortado. As pessoas arriscam a vida trabalhando com material químico e nem o seu direito têm, então vamos conversar sobre essas questões”, afirmou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade