A energia elétrica é essencial para manter o funcionamento de praticamente todas as atividades, e a falta dela transforma a rotina de boa parte da população. Afeta desde o trânsito por conta das sinaleiras que deixam de funcionar, os serviços de transportes por aplicativo, de pagamentos como Pix e sistemas de empresas que não dispõe de gerador.
Em Feira de Santana, o apagão que afetou vários estados brasileiros, na manhã desta terça-feira (15), não foi diferente. A reportagem do Acorda Cidade esteve em casas lotéricas, lojas do comércio, lanchonetes, clínicas e outros estabelecimentos comerciais para registrar como a falta de energia elétrica afetou os serviços locais. Alguns supermercados preferiram fechar por causa do desligamento do sistema de segurança.
Fabrício Cordeiro, gerente de um restaurante no bairro Kalilândia, disse que a produção estava a todo vapor quando faltou a energia. Ele e sua equipe ficaram preocupados porque se demorasse mais um pouco os alimentos iriam ser descartados. Além disso, foi preciso informar no boca a boca aos clientes que chegam mais cedo que o pagamento estava sendo realizado apenas em dinheiro.
Eliésio, administrador de uma panificadora e delicatessen em Feira de Santana, disse ao Acorda Cidade que a maior dificuldade foi com relação ao pagamento. “Com relação ao tempo do preparo dos alimentos a gente ainda vai avaliar, teve uma perda de bufê porque não saiu na quantidade como sai todo dia porque alguns preparos são feitos com equipamentos elétricos”, contou.
Vendedoras de uma loja de moda íntima fecharam a loja e informaram que só iriam reabrir após a chegada da energia. Na loja ao lado, mesmo aberta, as comerciárias relataram que as vendas estavam sendo realizadas apenas com pagamento em dinheiro.
Em clínicas médicas, a realização de exames foram suspensos ou remarcados. Pacientes de outras cidades foram os que mais lamentaram a suspensão do atendimento.
Quem precisou de transporte por aplicativo também ficou sem o serviço. e alguns motoristas que conversaram com o Acorda Cidade informaram que vão estender um pouco mais as horas trabalhadas hoje para compensar.
Edimar Freitas esteve na lotérica do bairro Kalilândia para utilizar alguns serviços, mas também foi afetado pela falta de energia e esperou o atendimento por 3 horas. “O transtorno hoje foi o trânsito, além da chuva, sinaleira parada, movimento intenso e a gente com muito cuidado para não bater o carro”. Ele fala que precisou pagar uma conta e não conseguiu pelo Pix, por isso foi até a casa lotérica para garantir o pagamento na data de hoje.
Os transtornos também atingiram o setor de Avicultura. A diretora executiva da Associação Baiana de Avicultura, Patrícia Nascimento, disse que se a energia não voltar dentro de 48h, eles estimam um prejuízo de mais 220 milhões de reais.
“Nesse momento os abates estão suspensos pela falta de energia, nas granjas nós temos 22 milhões de aves no estado e 40% delas estão em galpões de alta tecnologia, que só funciona a base de energia. No momento os geradores estão acionados, mas existe também uma limitação porque se prolongar essa falta de energia a questão do abastecimento com diesel já fica complicada, as granjas que não tem gerador, já começam a ter perdas e também a questão de toda a cadeia, porque a fabrica de ração deixa de produzir. Toda a cadeia é prejudicada”, explica.
No Aeroporto João Durval Carneiro, em Feira de Santana, pela manhã houve um voo para Salvador. De acordo com informações da equipe, tudo ocorreu dentro da normalidade e não houve transtornos, pois o local possui gerador.
Além disso, os postos de combustíveis que não possuem geradores também suspenderam os atendimentos.
Segundo a Agência Brasil, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que a interrupção de energia que atingiu diversos estados, por volta das 8h30, ocorreu por causa da abertura de interligação da rede de operação do sistema nacional, entre as regiões Norte e Sudeste. Segundo a nota, foram interrompidos 16 mil megawatts (MW) de carga, nos estados do Norte e Nordeste. A interrupção também afetou estados do Sudeste.
Com informações da jornalista Iasmim Santos do Acorda Cidade
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