Impactos da pandemia

Sem receber auxílio emergencial, vendedores ambulantes circulam pela cidade à procura de clientes

Diante da pandemia do coronavírus, momento em que muitas pessoas têm ficado em casa e evitando sair às ruas para fazer compras, os ambulantes sentiram um impacto nas vendas

Rachel Pinto

Muitos vendedores ambulantes que atuam em Feira de Santana não conseguiram receber o auxílio emergencial do governo federal, de R$ 600, e com a dificuldade de encontrar clientes, devido ao distanciamento social, estão circulando por alguns bairros no intuito de conseguir vender seus produtos e garantir a sobrevivência.

Allef Matheus Carvalho é um desses vendedores e contou para a reportagem do Acorda Cidade que decidiu trabalhar no comércio ambulante de frutas, depois de muito tempo desempregado. Ele disse que não fica parado e circula a cidade toda com o carrinho de mão para vender a sua mercadoria.

“No centro da cidade a fiscalização não deixa a gente trabalhar e aí eu vendo pelos bairros. Santa Mônica, Brasília, toda a região. Compro a mercadoria no Centro de Abastecimento, arrumo no carrinho, em cima dos pallets e saio para vender. O carro de mão é alugado e eu pago uma diária de R$7. Faturo por dia, entre R$80 e R$120. Depende do dia, tem uns que o resultado é melhor. Eu prefiro trabalhar para mim mesmo. Vendo abacaxi, banana, mamão e morango”, afirmou.

Caio Machado, de 24 anos, trabalha como carregador para os vendedores ambulantes e disse que está nesta profissão por falta de oportunidades em outras áreas.

“Já tem uns quatro anos que eu estou nesse serviço. A crise enfraqueceu os empregos e a pessoa tem que buscar alguma forma de trabalhar para não ir para o caminho errado. Eu carrego para os vendedores e cobro R$16, R$20. Levo, três, quatro carregos por dia”, comentou.

Gilson Santos Farias, de 44 anos, atua como vendedor ambulante há 20 anos em Feira de Santana. Ele disse que trabalhou por muito tempo como repositor de frutas e verduras em uma rede de supermercado, mas saiu do emprego e decidiu ser vendedor ambulante. Ele começou a vender rodando pelas ruas da cidade e atualmente trabalha na Rua Marechal Deodoro. Nessa profissão, ele conseguiu criar os três filhos e paga as suas contas.

Diante da pandemia do coronavírus, momento em que muitas pessoas têm ficado em casa e evitando sair às ruas para fazer compras, Gilson, assim como outros comerciantes, sentiu um impacto nas vendas e por se enquadrar nos critérios de pessoa autônoma e sem renda fixa tentou receber o auxílio emergencial, mas não teve sucesso até agora.

“Já me cadastrei duas vezes e há 37 dias a resposta é que está em análise. A gente vai se virando como pode e a renda varia muito, ganhamos mais ou menos, a depender do movimento do dia. Se o dia for bom eu ganho em média R$80”, informou.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

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