Laiane Cruz
Os moradores da Fazenda Conceição, próximo à localidade de Umbuzeiro, no distrito de Governador João Durval Carneiro, conhecido como Ipuaçu, estão há mais de seis meses sem receber água pela prefeitura de Feira de Santana, através de carros-pipa. No local, não há água encanada da Empresa Baiana de Águas (Embasa), e as famílias enfretam grandes dificuldades para conseguir esse item, que é essencial para a sobrevivência.
Desesperado com a situação, um grupo de moradores solicitou a reportagem do Acorda Cidade para protestar, na manhã de hoje (28), contra o descaso das autoridades em relação à comunidade.
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade
A dona de casa Neide Assis relatou que a única água que tem para os moradores é de um tanque, que também é utilizado para dar banho em animais.
“Aqui a gente não tem água, a que tem é de um tanque e parece chá. Essa que temos pra utilizar para beber e fazer tudo. Não tem água encanada da Embasa. Estamos próximos do Umbuzeiro, mas aqui a gente não tem. Dependemos do carro-pipa, quando querem trazer”, afirmou.
Moradora do local há 61 anos, a dona de casa Antônia Oliveira disse que desde que nasceu a família dela sofre com essa falta de água. Ela já foi até a prefeitura e à Embasa para reclamar da situação, mas o problema nunca foi resolvido.
“Moro aqui desde que nasci, já tenho 61 anos, e sofrendo com essa falta de água. A gente para ter um pouco de água tem que pedir aos outros, quando a gente não quer pegar dos tanques, que são banheiro de cavalo. A gente já foi à prefeitura na gestão de José Ronaldo. Ele enviou a gente à Embasa, eu e um amigo, a gente conversou com o gerente, vieram aqui, mediram e disseram que trariam a água dentro de três meses e até hoje estamos esperando já tem muito tempo”, lamentou.
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade
Ela confirmou que há seis meses não aparece um carro-pipa com água para os moradores, e com a mudança de gestão na Secretaria de Agricultura, a situação piorou.
“Quando era Cristiano Queiroz que trabalhava lá, a gente conversava com ele e mandavam nossa água. Mas depois que ele saiu, ficou mais difícil conseguir. Estamos pedindo água para as pessoas pra beber, e pra tomar banho a gente pega dos tanques mesmo, dividindo com os animais.”
A moradora Joilza de Oliveira também desabafou sobre a dificuldade de realizar tarefas básicas do dia a dia, como beber, cozinhar, lavar roupas e até mesmo a higiene pessoal. “E nessa pandemia, que a gente precisa manter a higiene é uma dificuldade. Não tem água para nada.”
A reportagem do Acorda Cidade entrou em contato com a Secretaria de Agricultura e Recursos Hídricos (Seagri) e aguarda retorno.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.