Laiane Cruz
Após diversas reclamações de pedestres, motoristas e comerciantes do centro da cidade, em virtude dos transtornos causados pelas obras de requalificação do projeto Novo Centro, o secretário de planejamento da prefeitura, Carlos Brito, reconheceu as dificuldades e pediu paciência à população.
“Na realidade, a cidade tem razão em muitos aspectos, com uma obra dessa magnitude. Mas nós não estamos fazendo apenas os passeios, estamos fazendo uma grande obra, além dos passeios. São 7 mil metros de drenagem que foi feita. Pra um centro que estava com toda a drenagem comprometida, um esgoto ligado à drenagem fluvial, toda a drenagem da Avenida Senhor dos Passos entupida. As pessoas têm razão de reclamar, mas tivemos seis meses de chuvas e ainda estamos tendo. A drenagem foi profunda e pedimos às pessoas um pouco de paciência”, declarou o secretário.
De acordo com Brito, além das chuvas, houve situações e serviços que não estavam previstos dentro do projeto, os quais provocaram atrasos nas obras. Ele ressaltou que a prefeitura está tomando providências.
“Você tem a interferência das empresas concessionárias. Tivemos que fazer serviços que não estavam previstos nas áreas principais da cidade. Na Rua Recife, tivemos que fazer um trecho de túnel line, porque deu problema na drenagem. Uma obra dessa magnitude traz transtornos e em função do período chuvoso ela está atrasada quatro meses, mas nós estamos adotando as providências. Sobre as praças, por exemplo, a Bernardino Bahia, nós estamos dando um tratamento pra não praticar nenhum tipo de truculência com quem estava lá, como os verdureiros, e na Marechal também”, disse.
Com relação ao alargamento dos passeios e a diminuição da pista para carros, Carlos Brito contou o que está sendo feito para melhorar a mobilidade dos pedestres.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade | Secretário Carlos Brito
“Os carros não podem se sobrepor às pessoas. Tem certos lugares em que carros não passam. Isso é em qualquer lugar do mundo. Os carros têm que ficar em estacionamentos, no lugar da zona azul que vem aí. O que temos que fazer é reestudar o trânsito no centro da cidade. Estamos fazendo uma consultoria para estudar a melhor forma de circulação de veículos. Temos que dar uma solução melhor. E os motoristas que estacionarem seus veículos em cima dos passeios serão multados”, enfatizou.
Ele informou ainda que o prefeito Colbert Martins determinou que se faça um estudo para redimensionar e redesenhar o fluxo de tráfego em Feira de Santana, sobretudo na região central da cidade.
Trânsito na Avenida Artêmia Pires
Além das reclamações sobre o atraso e as dificuldades provocadas pelas obras no centro da cidade, há ainda a insatisfação de parte da população acerca dos problemas de trafegabilidade na Avenida Artêmia Pires, no bairro SIM.
Motoristas reclamam da enorme confusão no trânsito, por exemplo, na entrada da faculdade UniFTC, e no cruzamento entre a Rua São Roque e a Avenida Artêmia Pires.
De acordo com o secretário, atualmente a situação se agravou por conta das obras no viaduto Francisco Pinto, que liga as Avenidas Getulio Vargas e Noide Cerqueira. Porém, o problema no trânsito da via é antigo e é necessário pensar em soluções a longo prazo.
“Quando for duplicada aquela região, pode se solucionar os problemas. A Artêmia Pires, da UniFTC até a Avenida de Contorno, na minha opinião não tem jeito, a não ser que se faça um sentido só, ou vai ou vem. Senão vamos ter que derrubar alguns condomínios para alargar a via. Esse problema da Artêmia tem muitos anos. Agora tem que resolver com opções inteligentes de tráfego. Tem que melhorar a Rua César Romero, que é em frente, e colocar uma passagem de nível, por exemplo. Numa situação regular, as pessoas têm que buscar a Noide para ter um fluxo melhor. Já temos projeções, como o novo Anel de Contorno, o rodoanel, que uma empresa já fez o estudo. Já simulamos algumas situações. Estamos estudando os conflitos, mas não podemos dar soluções paliativas. Precisamos de um estudo macro da área central, com as alternativas possíveis, agora tem que se ter consciência que podem ser necessárias construções e demolições”, explicou o secretário.
Orçamento
Conforme Carlos Brito, muitas vias de acesso a bairros da cidade, que poderiam ser utilizadas para desafogar o trânsito nas grandes avenidas, sofrem com problemas de pavimentação e necessitam de melhorias. No entanto, ele justificou que muitas ações não foram feitas até o momento porque Feira de Santana é uma das 36 maiores cidades do país cujo orçamento é o menor de todos.
“Estamos projetando 1,4 bilhões de reais, em Uberlândia são 2 ou 3 bilhões de reais de orçamento. A capacidade de investimentos em função dessa realidade é muito baixa. Então tem que recurso para qualquer solução. A capacidade de investimento da prefeitura é pouca. O que aconteceu na Artêmia Pires foi culpa nossa, que deixou a ganância empresarial estreitar aquela rua desde a época de 2008, que a gente fez um acordo com uma empresa. Ela não cumpriu e ninguém cobrou.”
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