Feira de Santana

Secretário de Planejamento diz que declarações contra BRT não se sustentam

De acordo com Brito, 13% da população feirense usa ônibus, mas existe uma demanda reprimida de 36%, por causa do serviço que é prestado.

Laiane Cruz

Em entrevista ao Acorda Cidade nessa terça-feira (15), a arquiteta e urbanista Maria de Fátima criticou a projeto do BRT apresentado pela prefeitura de Feira de Santana, cujas obras estão em andamento. Ela também é responsável pela elaboração de um Parecer Técnico, no qual afirma que o projeto não resolverá o problema da mobilidade urbana do município devido à extensão dos seus corredores, um com 2,5 km e outro com 4,5 km, o que segundo a especialista, é inferior ao ideal e ao praticado em outras cidades do país.

Em resposta às declarações, o secretário municipal de Planejamento, Carlos Brito, afirmou que os argumentos não se justificam, uma vez que em outras cidades brasileiras que aderiram ao projeto, o BRT possui extensões menores que 6 km. Como exemplo, ele citou alguns desses locais.

“Alberto Craveiro, em Fortaleza, tem apenas 3 km, Belo Horizonte tem um corredor na área central de 1,5 km, a praia de Belas, em Porto Alegre, 5,5 Km, na cidade baixa, também em Porto Alegre, 3,2 km. Todos esses têm menos de 6 km de extensão. Então a colocação de que o BRT só se justifica se tiver grandes extensões não se sustenta”, afirmou.

De acordo com Brito, 13% da população feirense usa ônibus, mas existe uma demanda reprimida de 36%, por causa do serviço que é prestado. Ele acredita que, com o BRT, muitas pessoas que possuem veículo próprio poderão usar o transporte público, devido à dificuldade de se estacionar no centro da cidade. “Nós demos uma solução para estimular as pessoas a usarem o ônibus e não andarem a pé”, disse.

Avenida Getúlio Vargas

A arquiteta Maria de Fátima afirmou também que a população de Feira de Santana se desloca de norte a sul. No entanto, o nosso corredor principal, que é a Getúlio Vargas, se desloca de leste a oeste, começando numa área menos adensada e com menos demanda de viagem.

Ainda conforme o parecer dela, a Getúlio não possui engarrafamentos que justifiquem a implantação do BRT e que o desenho do projeto foi mal elaborado. “Isso acarreta na retirada de árvores para passar a pista de ônibus, cujo volume de veículos é pequeno”, declarou Maria de Fátima.

Sobre a avenida, o secretário reiterou que a via possui sim demanda que justifique o BRT. “A Getúlio Vargas absorve a comunidade do SIM, via Corredor dos Araçás, FTC, Santo Antônio dos Prazeres, Jaíba, Aeroporto, que vão para a estação de integração e descem a Getúlio Vargas. A Getúlio se tornará um corredor exclusivo e será urbanizada. A cidade cresce hoje em todas as direções.”  

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