A gestora da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), Angela Guimarães, falou ao Acorda Cidade sobre a série de ações que o governo do estado tem desenvolvido para impulsionar o afroempreendedorismo em todo o estado.
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Na tarde de sábado (13), a secretária esteve em Feira de Santana, para participar da Feira Afro Bahia, que reúne expositores que fomentam o afroempreendedorismo na região, além de diversos lugares da Bahia. Para Angela, o primeiro caminho da Sepromi é visibilizar a produção de pessoas negras para reconhecer os produtos e os serviços desenvolvidos por eles.
“A Feira do Empreendedorismo Negro Afro-Bahia é uma estratégia de inclusão social, econômica e de geração de renda para homens e mulheres que trabalham com empreendedorismo negro. Sabemos que existe uma economia popular liderada por pessoas negras que muitas vezes é invisibilizada ou não é reconhecida. Então o propósito de trazer essa feira para uma praça pública é poder dialogar com a sociedade como um todo. Para que a comunidade feirense reconheça aquelas mulheres que são tarimbadas ali no seu beiju, na sua maniçoba, nos seus produtos da agricultura familiar, na sua biojóias, suas bonecas negras, a gente tem aqui uma diversidade muito grande de uma turma que produz, pesquisa, sustenta famílias e às vezes não é reconhecido”, declarou.
Angela Guimarães também falou sobre a atuação da Sepromi no combate ao racismo no estado.
“Ela tem essa missão de gerar políticas públicas que venham a mitigar e reparar os danos causados pelo racismo ao longo da nossa história. Então, aqui é uma das estratégias nossas que tem a ver com a inclusão econômica, com o desenvolvimento e a autonomia econômica da população negra. Mas nós atuamos na área de formação e letramento racial nas escolas, nas comunidades, nos povoados, nas comunidades quilombolas, indígenas, fundo enfeite de pasto, ciganos e ciganas, dentre outros”.
Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela (CRNM)
Uma das ferramentas da Sepromi é o Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela, criado em 2013, onde uma equipe multidisciplinar acolhe as denúncias de racismo e de intolerância religiosa. Somente no primeiro semestre de 2024, a CRNM recebeu 70 denúncias na Bahia. Desse número, 40 casos foram de racismo, 18 de intolerância religiosa e 6 ocorrências correlatas.
“Realizamos recentemente um edital para atender 20 iniciativas de comunidades tradicionais, temos uma parceria agora com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia para apoiar empreendimentos que atuem no âmbito das tecnologias sociais e da inovação. Então nós temos procurado atuar em parceria com a Secretaria de Educação, de saúde, do trabalho emprego e renda, do desenvolvimento econômico”.
Serviços gratuitos são oferecidos através do centro como apoio psicológico, social e jurídico focado em questões raciais. A secretaria também atua do ponto de vista do apoio à inclusão socioprodutiva, dos povos e comunidades tradicionais.
De forma itinerante, a caravana da CRNM já visitou 12 municípios, inclusive, montando estandes em eventos públicos, como o Carnaval, a Micareta e o São João, para oferecer orientação e apoio às vítimas de discriminação. Também é um objetivo levar os serviços ainda mais para perto da população, trazendo letramento racial e mais consciência das questões raciais no país.
Conforme secretária Angela Guimarães, a Feira está realizando uma parceria com a Agência Desenbahia para disponibilizar o Cred Afro, crédito vinculado para fortalecer os afroempreendimentos no estado.
“É um crédito que ele tem uma carta de crédito no valor de dez milhões. Cada empreendedor, empreendedora, pode tomar de cinco a 50 mil reais com juros abaixo do mercado de apenas 1% ao mês e com carência de seis meses para tratar. Então, uma secretaria que atua em muito a frente. Todas elas visando, né, reduzir os impactos do racismo na população, preservar vidas e a apoiar a potencialidade, a criatividade, a autonomia econômica do nosso povo”, frisou.
O Centro Nelson Mandela fica localizado em Salvador, na Avenida Manoel Dias da Silva, nº 2.177, Pituba, e funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h. As denúncias e orientações também podem ser feitas por telefone (3117-7448) e e-mail ([email protected]).
A Feira Afro Bahia está acontecendo na Praça da Matriz, no centro de Feira de Santana e encerra neste domingo (14).
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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