Laiane Cruz
O governador, Rui Costa, particiou de ume reunião com prefeitos, vice-prefeitos, ex-prefeitos, vereadores, deputados e outras lideranças do Portão do Sertão, em Feira de Santana, na semana passada, sobre a segurança no estado da Bahia e as dificuldades que o governo vem enfrentando nessa área.
Rui Costa mostrou insatisfação com a atual lei criminal do país, que, segundo ele, precisa mudar, a exemplo das audiências de custódia, que têm liberado da prisão pessoas de alta periculosidade.
“Quando a gente fala de segurança, as pessoas cobram só do governador, do executivo, ou cobram da Polícia Militar e da Polícia Civil. Muitas vezes, a nossa polícia está fazendo muito bem o seu papel, mas ou nós vamos resolver o problema da lei criminal no país ou vai ser difícil qualquer estado avançar mais rapidamente na segurança. Não é possível soltar tantos bandidos. 62% de todos os presos no ano passado, em flagrante, cometendo crimes com arma, drogas, foram soltos em 24 horas na audiência de custódia. Muitos presos foram soltos esse ano porque venceu o prazo para a pessoa ser julgada. A Justiça não julga, depois solta porque não julgou. Quem paga a conta disso é a sociedade e quem responde na entrevista é o governador”, reclamou.
O governador destacou também que, na área da segurança, nenhum governador consegue resolver sozinho, precisa do juiz, do Ministério Público, entre outras instituições. Para ele, a segurança pública é hoje o problema mais complexo do Brasil.
“Não adianta prender se a Justiça solta; julga uma pessoa que matou alguém e é condenada a 18 anos, mas com um sexto da pena, ou seja, três anos, ela pode começar a gozar os benefícios da progressão da lei e estar solta, sair no Natal, Ano Novo, Dia dos Pais, Dia das Mães. São coisas que eu não consigo entender. Por isso vou trabalhar com nossos deputados e nossos governadores pra mudar a lei criminal, da lei que favorece os bandidos no Brasil.”
Presídios fechados
Ainda durante o encontro, Rui Costa informou que somente em 2019 haverá a realização de novos concursos para a área de segurança pública na Bahia e falou sobre a situação de dois presídios construídos em seu governo há dois anos, que estão sem funcionar por conta de uma decisão da Justiça do Trabalho.
“Estão prontos com o dinheiro da sociedade e não estão funcionando porque uma juíza do trabalho entendeu que a melhor forma de gerir o presídio não era contratando uma empresa e está com a liminar vai fazer quase dois anos. Lá não tem ninguém contratado, não tem ninguém trabalhando, e a juíza deu uma sentença do ponto de vista administrativo, se eu posso ou não contratar uma empresa pra gerir o presídio. Eu acho que direito administrativo não é com a Justiça do Trabalho, é da Justiça Comum, e eu estou há quase dois anos tentando mudar essa decisão, com dois presídios fechados”, declarou.
Com informações e fotos do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
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