Rachel Pinto
Após negociação com as empresas de ônibus realizada na tarde de ontem (25), os rodoviários não aceitaram a proposta de parcelamento do pagamento atrasado e resolveram paralisar as atividades novamente nesta terça-feira (26). Os veículos não saíram das garagens das empresas Rosa e São João e os trabalhadores alegam que querem os seus direitos garantidos.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
O motorista Josué Santos do grupo São João, relatou ao Acorda Cidade que a proposta das empresas é pagar uma parte do parcelamento hoje e a outra sexta-feira. O pagamento da quinzena é feito todo dia 20.
“A gente recebe a nossa parcela integral é dia (20), demos oportunidade para a empresa, para na segunda-feira depositar o dinheiro e não foi depositado. Perderam tempo indo para a justiça para que aplicasse a multa no sindicato e em vez disso, não conversaram com a gente que é funcionário. Estamos passando dificuldades. Estamos com a quinzena atrasada e o ticket alimentação está sendo dividido para três vezes. A gente trabalhou e só quer o nosso salário. Não aceitamos o parcelamento”, relatou.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Ele acrescentou ainda que está difícil trabalhar com a circulação dos veículos do transporte clandestino.
“Não tem fiscalização e até para a gente parar o carro nos pontos é difícil. O ligeirinho está andando 'socado' de gente", declarou.
Aislan Araújo que também é motorista da empresa São João, afirmou que a categoria paralisou as atividades, está se recusando a trabalhar, porque não foi feito o pagamento.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
“Já demos um voto de confiança e demos até segunda-feira para pagar e chega hoje vem com a proposta de ratear a nossa quinzena, isso não existe. A gente já passou uma vez por isso e estamos vendo o mesmo filme acontecendo, como foi com as empresas Princesinha e 18 de setembro. Essas empresas ficaram devendo, até hoje está na justiça e ninguém fala nada. Não encontram os bens para fazer o nosso pagamento”, disse.
A cobradora Leandra Alves, que trabalha há cinco anos na empresa Rosa, confirmou ao Acorda Cidade que a categoria não aceita o parcelamento e frisou que nenhum ônibus sai da garagem até que a situação seja resolvida.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“O pagamento da quinzena está atrasado. O nosso ticket alimentação é parcelado em três vezes, nossas férias estão suspensas e a empresa alega que não tem recursos. Os ligeirinhos estão aí na cidade, tomando os nossos passageiros”, lamentou.
Trabalhando como rodoviário há 22 anos, o motorista Valdiney Pereira, informou que cerca de 250 funcionários da empresa Rosa paralisaram as atividades hoje. Ele pediu desculpas à população pela paralisação da categoria e declarou que assim como vários colegas está enfrentando dificuldades financeiras.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Temos nossas contas a pagar e estamos passando por uma dificuldade grande. Agora foi o atraso do salário. Esperamos até ontem, e não foi feito o pagamento. Por isso, optamos por não sair da garagem para ver o que a direção da empresa pode fazer”, finalizou.
Os trabalhadores informaram que assim que o pagamento for feito, retornam às atividades.
Em nota enviada à imprensa, a prefeitura informou que está adotando as providências para garantir o transporte da população. Veja abaixo:
Desde o início da manhã de hoje, 26, que vans e micro-ônibus do Sistema de Transporte Público Alternativo e Complementar (STPAC) foram acionados pela Prefeitura de Feira para atender a população após ser surpreendido por mais uma paralisação da categoria dos rodoviários.
O Governo Municipal, através da Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), imediatamente montou operação excepcional para cobrir os bairros Feira IX, Feira X, Viveiros, Conceição, Gabriela, Panorama, Feira VII, Jomafa, Aviário, Feira VI, Novo Horizonte, Asa Branca, Jardim Cruzeiro, Santo Antônio dos Prazeres, Campo do Gado Novo, Mangabeira, Candeal, João Paulo e o Feira V.
Uma decisão liminar da 2ª Vara das Fazenda Pública estabeleceu, no último dia 22, por solicitação da Procuradoria Geral do Município, multa de R$ 50 mil ao Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (SNTRAFS) caso voltasse a bloquear as garagens das empresas Rosa e São João.
Todas as medidas tomadas até o momento pelo poder público visam garantir o deslocamento do trabalhador pela cidade.
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Com informações do repórteres Ed Santos e Paulo José do Acorda Cidade.