Ney Silva e Rachel Pinto
O clima é de preocupação por parte de lojistas e comerciários que trabalham em lojas no entorno do edifício Sarkis, que está com risco de desabamento no centro comercial de Feira de Santana. Depois de um final de semana de muito trabalho com a saída dos camelôs do calçadão da Rua Sales Barbosa, a equipe da Defesa Civil da prefeitura colocou tapumes isolando a frente do edifício.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
Uma das preocupações de quem trabalha no local é a possibilidade de demissões. Além da loja de eletrodomésticos que funciona no térreo, os cinco andares superiores são ocupados por um centro de saúde. A gerente do Centro Médico, Daiana Sampaio, diz que o prejuízo para a empresa é incalculável.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
“Nós tínhamos uma média de atendimento 400 pessoas por dia e empregamos por volta de 38 pessoas”, afirmou.
Ela informou que está retirando todos os equipamentos de dentro do prédio, como aparelhos mais pesados como de raio x e mamografia. Os mais leves foram retirados no último sábado, quando tomou-se conhecimento da situação. Os equipamentos serão transferidos para o Hospital Regional Dia que fica próximo ao Centro Médico.
Com relação aos funcionários Daiana Sampaio relatou que a empresa fará alguns ajustes. A princípio não haverá demissões.
Nesta segunda-feira (19), a Defesa Civil isolou uma parte da galeria Caribé na parte de saída para o calçadão da Sales Barbosa e três lojas também do calçadão foram desocupadas.
A secretaria do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico determinou a saída de 81 vendedores ambulantes da lateral do edifício. O presidente da Associação dos Vendedores Ambulantes, Pedro José da Silva, disse que os ambulantes estão se adaptando no espaço na Praça Bernardino Bahia. Segundo ele, há prejuízos nessa relocação.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
“A relocação está tranquila e estamos colocando as pessoas aqui dentro da melhor forma possível. Estamos tentando adequar os espaços com a diminuição das barracas e cada uma terá apenas um metro e meio, mesmo quem tinha mais de uma barraca”, comentou.
Ele ressalta que há prejuízos com a mudança e que todos ficaram surpresos com a situação apresentada pelo prédio.
O engenheiro José Mendes de Araújo, da empresa Ribeiro Mendes, contratada pela Embasa, acha que por enquanto não há riscos de desabamento do prédio.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
“A princípio eu acho que não há riscos de desabamento. Eu acho que houve a movimentação no prédio que foi constatada, o que é normal.Realmente pode afundar um pouco se houver carga. Se ele não estiver pronto para uma carga nova pode afundar. Esse afundamento chama-se recalque. A origem desse recalque ninguém sabe ainda”, frisou.
José disse que não sabe quando sairá o relatório indicando a necessidade de demolição do prédio. Segundo ele, prédios com muito mais inclinação e afundamento já foram recuperados e é possível resolver a situação do edifício Sarkis.
Em relação ao vazamento na lateral do prédio, na Sales Barbosa, que segundo vendedores ambulantes poderia ser a causa do afundamento, o engenheiro comentou que não acredita nessa hipótese.
“Isso precisa ser investigado. Um recalque acontece por várias causas e não é um vazamento de água que vai fazer um recalque. Senão Feira estaria toda torta. Qualquer cidade tem vazamentos de água e chuvas que molham o solo. Não acredito que tenha sido o sistema de drenagens das obras dos túneis e do BRT, mas existe essa possibilidade. Quando se altera uma situação no subsolo, aumentando ou diminuindo a umidade, altera as condições normais do solo. Mas, só será possível ter essas respostas com as análises feitas”, salientou.
O coordenador da Defesa Civil Pedro Américo Lopes explica que serviços estão sendo realizados para se definir a demolição ou não do edifício Sarkis.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
“Vamos fazer o isolamento dessa área menor e quando as equipes de engenharia fizerem a inspeção do solo, a gente vai liberando aos poucos, identificando se não há riscos de desabamento. Se não houver riscos vamos autorizar a reabertura do Mercado de Arte. Essa decisão será tomada a partir de cada relatório de engenharia que for chegando”, disse.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
Ele informou também que a abertura da Galeria Caribé para a Avenida Getúlio Vargas está liberada. No entanto, por precaução o acesso da galeria pela Sales Barbosa vai continuar fechado.
“O prejuízo é muito grande grande par ao comércio, mas é importante manter a segurança da população”, finalizou.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
As equipes de engenharia da Prefeitura, da Defesa Civil e da Embasa ainda não definiram se o prédio vai ou não ser demolido.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
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