Feira de Santana

'Residencial Campo Belo foi abandonado pelo Governo Federal', afirma entidade Habitar do Sertão

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, junto com o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, visitaram a unidade no último sábado (14).

Foto: Divulgação
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Com bastante mato invadindo as unidades e sem nenhum tipo de manutenção, foi assim que o atual ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), juntamente com o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), encontraram o Residencial Campo Belo Habitar do Sertão, que fica bairro Campo do Gado em Feira de Santana.

Em uma visita técnica realizada na manhã do último sábado (14), Rui Costa afirmou que o Residencial poderá ser entregue dentro de 30 dias, após todos os materiais que foram furtados, serem colocados de volta, e destacou que o presidente Luís Inácio Lula da Silva, pretende inaugurar 1.400 unidades em todo o Brasil, que já estão prontas para serem entregues (veja mais aqui).

Em entrevista ao Programa Acorda Cidade na manhã desta segunda-feira (16), Adriano Costa, um dos representantes da Entidade Habitar do Sertão, destacou que o governo Temer, junto com o Governo Bolsonaro, abandonaram os residenciais e não houve nenhum tipo de diálogo, para que as mesmas fossem entregues.

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“Após a saída da presidente Dilma Roussef e na sequência dos governos de Temer e Bolsonaro, praticamente não houve diálogo, e como todos sabem, o Programa Minha Casa Minha Vida, praticamente acabou. De todo este período até os dias de hoje, nós passamos por algumas dificuldades, principalmente com relação à regularização em cartórios, são processos burocráticos, e se não estou enganado, somos a única entidade que vai entregar um empreendimento totalmente regular aqui no estado da Bahia. No mês de julho do ano passado, a Caixa Econômica Federal por ordem do Governo Federal, suspendeu a vigilância nas obras, isso não somente no Residencial Campo Belo, mas também outros, e ficamos sem a vigilância da Caixa. Até colocamos uma segurança por conta própria, mas não foi o suficiente, tivemos furtos e entre outras coisas”, apontou.

De acordo com Adriano Costa, após assumir a presidência, o governo Lula entrou em contato com as entidades, para que haja a retomada do Programa Minha Casa Minha Vida, e que as unidades que já estão prontas, sejam entregues.

“Nós enquanto entidades, já entramos em contato com as famílias, para que as documentações sejam entregues, e junto com a Caixa, verificar se está tudo ok. Assim que o governo Lula assumiu, esse diálogo com as entidades foi retomado e a pretensão é que o programa volte. Então o ministro Rui Costa não só esteve aqui em Feira, mas também em outros municípios para constatar estas obras paradas. Quero destacar que no sábado, quando a visita foi feita, ficou parecendo que o local estava abandonado, mas realmente não foi culpa de quem visitou, estava abandonada pelo governo federal que estava no poder, mas todas as famílias cadastradas estavam sendo acompanhadas com reuniões, assembleias, e repito, estamos com tudo pronto para que as unidades sejam entregues”, disse.

Segundo o representante da Entidade Habitar do Sertão, existem 248 unidades dentro do Residencial.

“São 248 casas naquele empreendimento Campo Belo, e nós temos hoje na Caixa Econômica aptos para assinar o contrato, 256 pessoas. Fica este questionamento de ter um número maior, mas é porque já temos oito famílias em situação de reserva, se caso acontecer algum problema, daremos um prazo para aquelas primeiras pessoas, e depois chamamos as que ficaram para depois. Todas estão regulares para assinarem os contratos, por isso que o governo entrou em contato com a gente, para que aquela visita fosse realizada no sábado. Foi uma visita técnica, porém ficou parecida mais como visita política”, concluiu.

Também em entrevista ao Programa Acorda Cidade na manhã desta segunda-feira, Sandro Ricardo, ex-secretário municipal de Habitação entre os anos de 2013 à 2016, explicou que o processo realizado pela Prefeitura Municipal de Feira de Santana, é apenas contratar a empresa construtora.

“Existe um desconhecimento por parte das autoridades referente à este empreendimento. Na nossa gestão, nós fomos responsáveis pela contratação dos empreendimentos, a parte que cabia a prefeitura, a contratação direta. Fechamos todos este processo, e o secretário que me sucedeu na época, Eli Ribeiro, recebeu uma boa parte da seleção pronta, e o que ficou faltando entregar, foi outra modalidade criada no governo Dilma Roussef, que permitia entidades sociais contratarem empreendimentos”, explicou.

Sandro Ricardo aproveitou para relembrar como era o processo de seleção na época.

“O que compete à prefeitura também foi realizado em nossa gestão, ali no final de 2015 para 2016, então a Secretaria de Habitação fazia uma análise, dava um parecer para a Caixa Econômica Federal, e eles faziam uma nova análise. A partir desta contratação do empreendimento, era iniciada a construção e fazíamos a seleção das famílias e encaminhava toda documentação para a Caixa e que eles fizessem a seleção final. Nós fazíamos uma seleção de pelo menos 30% a mais do que era previsto, ou seja, se eram 100 vagas, encaminhávamos 130 nomes para que a Caixa pudesse fazer a avaliação”, concluiu.

Leia também: Rui Costa e Jerônimo Rodrigues visitam Feira de Santana e anunciam entrega de moradias

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