Andrea Trindade
Os últimos decretos publicados pelos governos estadual e municipal para conter a alta taxa de contaminação do coronavírus, não interferiram diretamente no funcionamento do comércio de rua em Feira de Santana, com exceção do próximo sábado, que devido ao lockdown as lojas não poderão abrir. No entanto, caso a medida não atinja o objetivo esperado, e seja necessário interferir no funcionamento do comércio, os representantes da entidade já se anteciparam em sugerir medidas que não prejudiquem a economia local.
O prefeito Colbert Martins Filho se reuniu no final da tarde de ontem (25) com os presidentes da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Luiz Mercês, e da Associação Comercial de Feira de Santana (Acefs), Marcelo Alexandrino, para tratar sobre o lockdown e assistir uma apresentação do consultor empresarial, Glício Oliveira, sobre a medida apontando “que há mais contaminação no lockdown do que com flexibilização de horários de funcionamento das empresas.”
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Em entrevista ao Acorda Cidade o presidente da Acefs informou que é contra o lockdown, cujo decreto será seguido pelo prefeito, que tem uma posição diferente dos empresários. Marcelo Alexandrino informou também que haverá uma nova reunião com o prefeito para discutir o funcionamento do comércio caso o índice de contaminação continue subindo.
Ele defende a flexibilização do horário de funcionamento do comércio, como já foi feito, em vez do fechamento total das lojas, e que estudos mostram que a contaminação é bem menor com a abertura escalonada dos estabelecimentos do que com restrições mais rígidas como o lockdown.
“Todos os setores do comércio são muito fortes. Se diminuir toda a atividade econômica, consequentemente você pode gerar desemprego. Infelizmente nós estamos com a população que não tem uma boa condição de habitação, são pequenas habitações com várias pessoas dentro delas e é aí que acontece aglomeração. Vai acontecer aglomeração dos bairros, em bares, em locais onde possam estar juntos nas próprias praças, bastante aglomerados, e isso facilita a proliferação do vírus. Se a pessoa estivesse no seu trabalho, que tem todos os cuidados necessários, que hoje inclusive é reconhecido pela equipe da prefeitura que o comércio tem feito esse papel, a gente teria um pouco mais de cuidado com esses números. Nós apresentamos um trabalho ao prefeito ainda incompleto e mostramos que no período de lockdown, infelizmente, a contaminação foi maior, e quando o comércio foi flexibilizado a contaminação foi menor. Isso não são números nossos, são números dos sites do governo do estado e do governo federal. A gente mostrou claramente para o prefeito, para vocês verem que quando há lockdown parece até contraditório, mas existe um acréscimo de contaminação. Já quando há flexibilização do comércio, esse número cai”, declarou.
Medidas restritivas
A partir das 17h de sexta-feira (26) até as 5h da segunda-feira (1º), ficam suspensas todas as atividades que não estejam relacionadas à saúde pública, alimentação e segurança em toda a Bahia. A medida terá início gradual às 17h de sexta, com o fechamento do comércio de rua. Às 18h, bares e restaurantes com atendimento presencial devem fechar e, às 19h, os shoppings, galerias e demais centros comerciais. Essa diferença de horário serve para escalonar o uso do transporte público e evitar aglomerações nos veículos. Os estabelecimentos deverão encerrar suas atividades com até 30 minutos de antecedência, de modo a garantir o deslocamento de seus funcionários às suas residências.
Serviços de alimentação por delivery poderão funcionar até meia-noite. Mercados e padarias poderão funcionar até as 20h. As feiras livres também poderão funcionar, desde que em local aberto e com distanciamento entre as barracas. Já a venda de bebidas alcoólicas está proibida em qualquer estabelecimento comercial, inclusive supermercados e delivery, a partir das 18h de sexta-feira.
Está restrita também a circulação noturna de pessoas na rua em todo o estado, das 20h às 5h, de sexta-feira (26) a segunda (1º). A exceção é para deslocamentos por motivos de saúde ou que fique comprovada a urgência.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade e de assessoria