Feira de Santana

Representante dos guardas municipais diz que prefeito expôs a categoria inteira em declaração sobre auxílio emergencial

O presidente da associação afirmou em entrevista nesta quinta-feira (1ª) que o prefeito 'atacou' a categoria e que a declaração foi feita de forma desnecessária, expondo a todos.

Acorda Cidade

O presidente da Associação da Guarda Municipal de Feira de Santana, Israel Santana, respondeu a uma declaração feita pelo prefeito Colbert Martins da Silva durante o programa Acorda Cidade de ontem (30), quando afirmou que guardas municipais estavam entre os servidores públicos que receberem o auxílio emergencial no valor de R$ 600 do Governo Federal. A declaração do prefeito foi após uma pergunta da categoria sobre o vencimento dos coletes a prova de balas.

Segundo Israel a resposta ríspida e com acusações aconteceu por que o prefeito não gostou da pergunta. O presidente da associação afirmou em entrevista nesta quinta-feira (1ª) que o prefeito ‘atacou’ a categoria e que a declaração foi feita de forma desnecessária, expondo a todos.

“A Guarda Municipal não merece ser ferida desse modo, pois corresponde brilhantemente com todas as missões dadas, acampamos inclusive no local da obra para garantir a construção da trincheira Maria Quitéria, acampamos também no Centro de Abastecimento para a construção do Shopping Popular. Se houve algum guarda que recebeu indevidamente esse auxílio, deve ser autuado e dar o direito de defesa e não fazer um ataque na instituição só porque os profissionais estão sendo expostos ao risco, com coletes vencidos”, destacou.

Segundo Israel, toda instituição pode ter um ou outro que cometa deslizes. Ele defende que esses deslizes devem ser acompanhados com a apuração para depois tomar as devidas providências para que não aconteça novamente, com a punição, de acordo a lei.

“Não podemos jamais impor à uma categoria, principalmente quando se trata do prefeito de Feira de Santana, que tem que resguardar seus funcionários e não expor. Em 2006, por exemplo, falando sobre os coletes, o estado do Paraná teve que indenizar os policiais por expor ao risco por utilizarem um colete vencido. Produto vencido, não pode ser consumido, ainda mais quando se trata de proteção a vida. Em 2019, a Justiça do Rio de Janeiro proibiu peritos de usar coletes vencidos. Então, um prefeito não pode chegar, só conta de uma pergunta, e fazer um ataque a uma categoria”, ressaltou.

Israel Santana informou ainda que os coletes têm uma validade de cinco anos e que os coletes que os guardas de Feira estão usando venceram no dia 10 de setembro. Ele explica que o período de cinco anos é determinado por técnicos através de estudos, que dizem que com o passar do tempo a fibra de proteção vai se desgastando.

“Nós usamos diariamente, ficamos expostos ao tempo, ao suor, ao frio, então vai se desgastando. Quando a fibra se desgasta, o projétil que vier a atingir o colete pode ultrapassar com uma maior facilidade. É um risco que se coloca. Por isso que a Polícia Federal não permite o uso. Uma empresa particular, por exemplo, quando o funcionário utiliza e a Polícia federal descobre que está vencido, essa empresa pode ter o alvará de funcionamento cassado. É algo muito sério, é impor o profissional ao risco. A gente tem que entender que trabalhamos com vida. O município teve cinco anos para checar e fazer uma licitação. Supomos que essa licitação foi encaminhada desde abril, mas até agora não se resolveu, por que? Porque não tem interesse em se comprar coletes para a guarda municipal”, disse.

Déficit de guardas municipais

Israel Santana ainda comentou sobre a atual situação da guarda municipal de Feira de Santana no que diz respeito ao efetivo. Segundo ele, a lei municipal 056 permite uma contratação de até 400 guardas municipais. Porém Feira só tem 194 guardas.

“Há um déficit de pessoal, não só na questão de números, mas também na questão de serviço. Hoje temos poucas viaturas sendo usadas por conta da falta de profissionais. É muito serviço que tem que cobrir com vigilantes contratados através de cooperativas. Se você chega, abre espaço, tira os de cooperativas e coloca os profissionais concursados da Guarda Municipal, você cobre com novos contratados. Por que é que não se contrata mais guardas? Porque existem os cooperados que estão ocupando o lugar e função de guarda municipal. Por isso que há uma necessidade de contratar mais pessoas através do concurso”, defendeu.

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