Rachel Pinto
Várias pessoas que utilizam o transporte público em Feira de Santana estão muito insatisfeitas com o reajuste da tarifa, que passou a vigorar nesta segunda-feira (7). Os novos valores para a sede do município e distritos de Jaíba, Maria Quitéria, Matinha, Governador João Durval Carneiro e Humildes passaram de R$ 3,80 para R$ 3,95 em dinheiro e R$ 3,48 para R$ 3,60 no cartão Via Feira. Nos distritos de Bonfim de Feira, Jaguara e Tiquaruçu a passagem agora é R$ 4,44.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
O Acorda Cidade ouviu muitas queixas em relação à prestação do serviço. A qualidade do transporte, segundo a maioria dos entrevistados, deixa a desejar, e o principal problema é o longo tempo de espera nos pontos de ônibus.
A passageira Maria do Carmo Ferreira da Silva contou que ficou surpresa ao saber do aumento da passagem. Para ela, o valor da tarifa não condiz com as condições do serviço de transporte público.
“É um absurdo e uma vergonha. Além da demora, os ônibus estão sujos, e eu que vou para a Santa Mônica chego a esperar 40 minutos”, afirmou.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Viviane Bastos, que mora no Conjunto Feira X, declarou que passa pelos mesmos problemas ao utilizar o serviço de transporte público. Ela frisou, ainda, que em alguns períodos os passageiros sofrem com a frota de veículos reduzida e o tempo de espera chega a ser até mais de uma hora nos pontos de ônibus.
“É uma passagem muito cara e o transporte é horrível. A gente que é funcionário e tem que trabalhar, infelizmente, precisa utilizar esse péssimo serviço”, frisou.
Entre outras reclamações frequentes, os usuários do transporte público em Feira de Santana consideram que o valor da passagem é caro em relação a pequenas distâncias percorridas pelo ônibus. Um exemplo muito citado é o passageiro que utiliza o ônibus da Avenida Getúlio Vargas até a Avenida Senhor dos Passos. Um trecho considerado razoavelmente curto em que é cobrado o valor integral da tarifa.
O passageiro José Carlos Teixeira comentou que outro problema é a falta de pontos de ônibus em diversos locais da cidade.
“Tem lugar que o passageiro fica exposto ao tempo, ao sol e à chuva para esperar um transporte. Pagamos uma passagem cara e temos um serviço ruim”, concluiu.
A fiscalização da Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), na opinião da população, deveria ser mais efetiva, de forma que também colaborasse para a melhor qualidade do serviço, uma vez que para os passageiros, não há justificativas para o alto valor da tarifa.
O diretor do departamento de transportes públicos e secretário do Conselho Municipal de Transportes, Rodolfo Suzart, defendeu o reajuste, que segundo ele, foi feito com base em uma fórmula paramétrica prevista no contrato celebrado entre as empresas de ônibus Rosa e São João e a prefeitura.
De acordo com ele, o cálculo tarifário leva em consideração o reajuste anual dos rodoviários, a variação do preço do óleo diesel e a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que é a inflação.
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Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.