A frota de ônibus urbanos de Feira de Santana ainda não foi totalmente recuperada desde a pandemia, operando atualmente com cerca de 180 a 190 veículos, segundo José de Souza, vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários.
Em 2019, antes da pandemia, o número era de 250 veículos, mas a redução drástica tem impactado diretamente o transporte público, insuficiente para atender à demanda da cidade.
“Hoje deve estar rodando em torno de uns 180, 190 veículos, as duas empresas. Segundo eles, que não dá para atender à demanda, porque quando você coloca um carro para rodar na linha tal que não tem demanda, alguém tem que pagar, o ônibus não roda sem receber. […] Hoje a São João, a cada mês, ela renova alguns carros, e a Rosa vem trazendo alguns carros. A frota da Rosa está chegando no limite que ela tinha, mas precisa ainda muita coisa para poder melhorar, estamos trabalhando para isso”, afirmou Souza durante entrevista ao Acorda Cidade.
Mesmo com a frota reduzida e reclamações constantes sobre a qualidade do serviço – como atrasos, veículos quebrados e falta de limpeza –, o preço das passagens subiu no último dia 18 de janeiro. Agora, quem utiliza o cartão de transporte paga R$ 5,15, enquanto os pagamentos em dinheiro custam R$ 5,50, um aumento significativo de R$ 0,60. (Relembre aqui)
Como já mostrou o Acorda Cidade, o reajuste das tarifas gerou críticas entre os usuários, já que a qualidade do transporte não acompanhou o aumento de preço. O vice-presidente reconheceu o descontentamento da população e concordou que o momento não foi ideal para o reajuste.
“Quando você tem um transporte bom, o povo não reclama. Mas a prefeitura trouxe a proposta e outra das empresas, houve um consenso, por unanimidade, e todo mundo votou na proposta da prefeitura. Mas está aí as discussões, está aí todo mundo clamando, que não é o momento ideal para ter aumento. Infelizmente, tudo aumentou. Mas, eu acho que não foi um momento oportuno para aumentar, porém, infelizmente, está na lei, que garante que eles tenham direito ao reajuste.”
Além das limitações na frota, o vice-presidente destacou problemas na infraestrutura urbana que dificultam a eficiência do transporte público na cidade.
“A prefeitura, junto com a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), tem que fazer os corredores de tráfego, ajeitar as vias dos distritos, para poder dar viabilidade ao transporte. Aqui em Feira de Santana, o BRT divide espaço com os carros. Todo canto o BRT tem sua via livre, já está dizendo BRT, e aqui não é assim”, afirmou.
Essa situação faz com que muitos moradores optem por outros meios de transporte, mesmo que sejam considerados mais perigosos. “A gente perde muito tempo com isso, gera atrasos e o passageiro fica com raiva. E aí usa outros meios de transporte que são mais rápidos, mesmo sendo perigosos”, lamentou.
Apesar das dificuldades, o vice-presidente do sindicato disse que a Semob tem mantido um diálogo produtivo com os usuários, empresas e o sindicato, buscando soluções para o transporte público da cidade. No entanto, ele reforça que a renovação da frota e o aumento no número de veículos são essenciais para melhorar a qualidade do serviço.
“Acho que depois da pandemia, em lugar nenhum, volta mais 100%, como era a frota. Mas Feira de Santana precisa melhorar ainda muito nessa questão de ônibus. Mais ônibus e renovar essa frota, que já está antiga. Foi em 2015 que essa frota chegou aqui em Feira de Santana”, concluiu.
Enquanto isso, os usuários do transporte público continuam sentindo no bolso o impacto do reajuste, enquanto aguardam melhorias que garantam um serviço mais eficiente e confortável.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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