Nesta quarta-feira, 22 de fevereiro, a igreja católica celebra o primeiro dia do Tempo da Quaresma, e um dos elementos que também marca esta data, são as imposições da cinza, deixando claro que ‘do pó viemos, ao pó voltaremos’.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o pároco da Igreja Santo Antônio dos Frades Capuchinhos de Feira de Santana, Frei Liomar Pereira, destacou que a Quarta-Feira de Cinzas é um grande convite aos católicos.
“A Quarta-Feira de Cinzas é um grande convite de nos despojarmos, de nos revestirmos das cinzas, que é um grande convite que a igreja nos faz e nos recorda sobretudo, que nós somos pó e que do pó voltaremos. A igreja nos diz: é preciso então que nós nos convertamos porque o homem que se volta para Deus, a morte ela não deve ser temida, a morte não vai nos transformar em pó, mas a morte ela vai ser um instrumento, um veículo pelo qual, o homem alcança a Deus. Então o nosso pai São Francisco nos ensina que a morte é o último dom que o homem devolve a Deus que é a vida, então o homem que crê, o homem crente, o homem que tem Jesus como seu único e exclusivo salvador e tem como modelo os santos na comunhão do Santos, tem uma certeza que a morte não não é detentora, não tem o poder da decisão final, mas a decisão final é de Cristo”, afirmou.
De acordo com o Frei, as cinzas também marcam o significado da fragilidade.
“Nos recorda que é a abertura desse tempo quaresmal, nos recorda que nós somos pecadores, que nós somos frágeis, que nós somos limitados por mais que vivamos em uma sociedade e que tenhamos no nosso consciente que nós somos independentes, que nós somos autônomos, que nós somos interdependentes. Nós somos eternamente vocacionados de Deus, aliás o ano de 2023 é um ano vocacional aqui no Brasil, que é exatamente para nos recordar isso, nós somos eternamente vocacionados de Deus e nós dependemos de Deus, do seu amor, da sua bondade, da sua gratuidade, da sua generosidade, mas sobretudo da sua misericórdia”, destacou.
Qual o significado da cruz feita na testa?
Segundo o pároco, é um ato de transformação neste tempo penitencial.
“É lembrar que estas cinzas, este pó, ele vai ser refeito, a vida vai ser refeita, a vida não é tirada, mas a vida é transformada porque o Cristo é o autor, princípio da vida e ele nos convida a vida eterna. Então nós fazemos o sinal da cruz, nós sacerdotes, na testa dos fiéis na Quarta-feira de Cinzas e que nos recorda exatamente isso, que nós somos pó, mas que a misericórdia divina é maior, como diz na catequese Paulina, onde há uma abundância de pecados há uma super abundância da graça e essa graça é Jesus Cristo”, explicou.
Existe ligação entre o Carnaval e a Quaresma?
Segundo o Frei Liomar, sim. Desde os tempos antigos, a tradicional festa da carne era celebrada, e como forma de não perder durante o Tempo da Quaresma, uma confraternização era realizada.
“O Carnaval significa dizer festa da carne, festival da carne. O que quer dizer então? Para que antes o homem adentrasse neste tempo litúrgico, de recolhimento, de penitência que este grande convite forte convida á conversão, ele fazia uma despedida e a despedida se dava exatamente na terça-feira que era portanto, onde o homem fazia esta festa da carne, bebia, dançava, se divertia, tudo moderadamente. Hoje muitas vezes, as pessoas extrapolam, mas há o convite de sempre se despedir deste tempo, desta festa da carne, para dar entrada com toda a finalidade, com todo empenho, com toda autenticidade no Tempo da Quaresma, e repito, é um tempo forte de penitência e de conversão”, concluiu.
Na Igreja dos Capuchinhos, três celebrações serão realizadas durante o dia. Às 6h30; 17h e 20h.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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