Laiane Cruz
Atualizada às 20h
O promotor do Ministério Público do Estado (MPE), em Feira de Santana, Tiago Quadros, informou em entrevista ao Acorda Cidade que continuam as investigações contra a cooperativa Coofsaúde, para apurar as denúncias de fraudes relacionadas a lavagem de dinheiro e organização criminosa, no âmbito da operação Pityocampa.
De acordo com ele, no primeiro momento foram oferecidas duas denúncias. “Estão sendo realizadas oitivas, o material apreendido está sendo analisado, deve ser considerado um montante significativo de material que foi apreendido nas buscas e apreensões e isto está sendo submetido a uma análise de avaliação para que viabilize os próximos passos da atuação. O processo de denúncia formulada foi recebido pelo judiciário, e os réus serão citados para poder apresentar suas defesas”, adiantou Tiago Quadros.
Segundo o promotor, cerca de dez pessoas foram presas e uma continua foragida, que é o contador Robson Xavier de Oliveira, o qual teria orientado a lavagem de dinheiro. Alguns dos presos receberam o benefício da prisão domiciliar, e o Ministério Público pleiteia a transferência do empresário Salomão Abud do Valle, que teria criado empresas de fachada utilizadas para realizar a lavagem de dinheiro, da prisão em Fortaleza para a Bahia, a fim que seja ouvido pelo órgão em Feira e esteja mais próximo dos seus familiares.
“Eles continuam presos porque o judiciário acatou o pedido do Ministério Público de prisão preventiva. A preventiva não estabelece um prazo pré-estabelecido, específico. Se entendeu que para que as investigações tivessem êxito era importante que estivessem segregados, foi isso que o judiciário acatou. Não há uma especificação de prazo, eles estarão presos até quando os requisitos da preventiva constatarem o que são estabelecidos em lei”, explicou.
O promotor Tiago Quadros destacou que as investigações são coordenadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), que diligencia, viabiliza os trabalhos e acompanha as ações que correm na vara especializada em Salvador, em conjunto com o promotor titular de Feira de Santana. Ele afirmou ainda que neste momento estão sendo investigados os entes políticos.
O representante do MP ressaltou também que diante das irregularidades apuradas durante a operação Pityocampa, o órgão deve investigar outras cooperativas.
“A operação Pityocampa foi uma junção de esforços da Controladoria Geral da União, da Receita Federal e do Ministério Público, ou seja, diversas instituições tinham nos seus radares irregularidades praticadas por uma cooperativa específica e efetivamente algumas práticas são reproduzidas por outras cooperativas e outras devem ser igualmente apuradas e investigadas.”
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