O prefeito, Colbert Martins, e o secretário municipal de agricultura, Alexandre Monteiro, fizeram um balanço das melhorias implementadas no Parque de Exposição João Martins da Silva, em Feira de Santana. A apresentação aconteceu durante um almoço nesta quarta-feira (4), no estande da Seagri. O destaque ficou com um projeto que pretende doar 1.800 embriões para inseminação artificial a produtores rurais. O prefeito falou sobre o custo da obra.
“Investimos em torno de R$ 7 milhões para a recuperação do parque. No ano de 2020 com a pandemia, o parque não funcionou. Em 2021 e 2022 também não, por problemas graves do ponto de vista orçamentário. Em 2023 e 2024, fizemos a recuperação do parque como todo, inclusive da rede de drenagem e de toda essa estrutura, mantendo as tradições”, disse o prefeito.
Três meses de obra e um “novo parque”
As obras do parque duraram cerca de 90 dias. Entre as novidades estão o novo redondel [curral circular], uma pista de Team Penning [uma das modalidades de rodeio] iluminada e um pavilhão para realização de leilões de forma presencial e online. Em entrevista ao Acorda Cidade, o secretário Alexandre Monteiro detalhou a obra.
“É um novo parque. Moderno, leve, que tem a capacidade de receber não só uma Expofeira, mas muitos outros eventos ligados ao agronegócio ou até de fora. Eventos do ramo do comércio, indústria e do entretenimento”, disse o secretário. A 45ª Exposição Agropecuária de Feira de Santana (Expofeira 2024) começou no último domingo, dia 1º de setembro, e segue com uma programação diversificada até o dia 8.
A vila do conhecimento está entre as novidades apresentadas para o Parque João Martins. O local é um espaço destinado a capacitação profissional de jovens e adultos. Serão oferecidos mais de 40 cursos voltados para áreas de tratamento animal, produção agrícola e áreas que possibilitam o empreendedorismo como a culinária.
“Eu participei do curso de panificação e do curso de apicultura [criação de abelhas para produzir mel]. Ontem teve um curso de casqueamento [procedimento que consiste em aparar e corrigir os cascos de animais], que tinha mais de 200 pessoas para poder assistir e participar. Nós estamos tendo curso de forrageiras [plantas que servem como alimento para animais]. Uma quantidade grande de pessoas está vindo, inclusive de outros lugares, para poder mostrar suas experiências e mostrar o que fazem”, disse o prefeito Colbert Martins.
Embriões, um projeto ousado
Durante o evento foi anunciado um projeto considerado pela atual gestão municipal como algo inovador no ramo da reprodução animal. Um convênio irá permitir a doação de 1.800 embriões de bovinos e caprinos de alta qualidade genética a pequenos produtores de Feira de Santana. A reprodução por meio de embriões é um tipo de inseminação artificial, método de reprodução animal que consiste na produção de novos animais sem que haja contato físico entre os animais de origem. O prefeito fez um breve resumo de como o programa irá funcionar.
“Primeiro, produtor rural deve querer fazer essa técnica. A partir daí deve ser seguido alguns critérios, como possuir vacas com sanidade e com vacinas da ADAB [Agência de Defesa Agropecuária da Bahia]. A vaca tem que estar em condições adequadas para que ela possa receber o embrião e ser a barriga de aluguel. Depois, devemos identificar o produtor interessado, ir até a propriedade dele, identificamos os animais, que podem ser vacas, ovelhas ou cabras. Haverá uma distribuição de dose entre as famílias. Vamos dividir [os embriões] por distritos, que vai dar algo em torno de 300 embriões para cada distrito de Feira de Santana”, disse Colbert.
Segundo o chefe do executivo, a prefeitura não teve nenhum tipo de custo com a aquisição dos embriões. As doses foram doadas pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Sebrae e o Senafest, uma cooperativa de produtores que atua nacionalmente, que foi responsável sozinha pela doação de cerca de 44% dos embriões. O novo processo, identificado como aspiração folicular, representa um ganho significativo na produção de novos animais através da inseminação artificial.
“Nesse novo processo, nós conseguimos produzir até 12 animais a cada 21 dias, o que representa mais de 100 animais por ano. Isso com certeza vai impactar positivamente a produção no campo, porque a gente vai produzir mais animais, com um tempo muito menor do que no passado”, complementou Alexandre ao Acorda Cidade.
O monumento e a história
Durante o evento, um monumento que homenageia personalidades que ajudaram a construir o parque de exposições foi inaugurado. A peça custou em torno de R$ 40 mil, cifra que o secretário de agricultura considera baixa se comparado ao valor simbólico da obra.
“Acredito que sem valorizar o passado não teremos um futuro brilhante. É com esse sentimento que entregamos a Feira de Santana um monumento onde a maioria dos que estão ali sendo homenageados não estão mais entre nós, mas os seus familiares estavam aqui prestigiando e reverenciado essa grande homenagem. Essa obra representa um impacto positivo e sentimental nas famílias e nas pessoas que visitarão o parque. Isso não tem preço”, disse o chefe da pasta de agricultura.
Muito mais que a Expofeira
O prefeito declarou que o objetivo do investimento multimilionário é fazer do Parque de Exposição um local que tenha um protagonismo para além da Expofeira. Uma escola de zootecnia está sendo instalada no local e deve receber diariamente entre 600 a 1.000 estudantes. A previsão é que a unidade seja inaugurada em agosto do próximo ano.
“Esse é um passo extremamente necessário para manter as atividades regulares aqui do parque. Nós também estamos oferecendo o espaço para que ele possa receber exposições estaduais. Além disso, queremos fazer outras ações aqui [visando atrair mais público] como criar espaços específicos de restaurantes, espaços de lazer e para fazer caminhadas”, finalizou o prefeito.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
Reportagem escrita pelo estudante de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão da jornalista Daniela Cardoso.
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