Feira de Santana

Programa reacende interesse pelas fanfarras, tradição de Feira de Santana

Os ensaios acontecem no contraturno das aulas regulares destes estudantes.

Acorda Cidade

Os acordes das fanfarras ecoavam nos quatro cantos, marcando uma tradição importante das cidades baianas, entre elas, Feira de Santana. Até hoje, os sons metálicos dos trompetes, pratos, trombones e vários outros instrumentos encantam pessoas da terceira idade, adultos e jovens. A tradição, que andava meio esquecida em Feira de Santana, começa novamente a ganhar força com as novas fanfarras do Programa Música na Escola.

Os grupos colorem, trazem dança e música para as praças públicas em diversos eventos e desfiles comemorativos. Eles se configuram em uma forma de disseminação cultural que atravessa gerações a partir da musicalidade e, em grande parte, por conta de instituições escolares que incentivam a prática.

Em Feira de Santana, três escolas municipais mantêm viva essa tradição para muita gente: a Geraldo Dias de Souza, em Humildes; a Álvaro Pereira Boaventura, em Bonfim de Feira; e a Quinze de Novembro, no distrito de Jaíba. Suas fanfarras fazem parte do “Música em Ação” – uma das quatro vertentes oferecidas pela Secretaria de Educação às unidades de ensino da Rede Municipal a partir do programa Música na Escola.

Neste sábado (7) as três fanfarras se apresentam no Desfile Cívico pela Independência do Brasil. Os grupos vão se concentrar em frente ao Centro de Educação Profissional em Saúde do Centro Baiano, que fica no cruzamento das avenidas Maria Quitéria e Presidente Dutra, logo no início da manhã, a partir das 6h. Todo ano, elas se apresentam nesta data.

As escolas também farão apresentações próprias em seus respectivos distritos. A Fanfarra do Distrito de Jaíba (FANDJ) se concentra na sede da unidade de ensino e sai às ruas a partir de 9h desta sexta-feira. Já em Bonfim de Feira, a Fanfarra Amor por Bonfim de Feira sai da escola às 15h do domingo (8).

As fanfarras e o Música na Escola

Recentemente, um grupo de estudantes menores manifestou interesse em participar da fanfarra da Escola Municipal Álvaro Pereira Boaventura. Como eles não têm um porte físico adequado para o manuseio dos instrumentos, não foram integrados à banda. Entretanto, os monitores do programa criaram uma turma de flauta doce específica para eles.

Segundo a coordenadora do programa, maestrina Rosa Eugênia Vilas Boas, esta resposta por parte da escola foi crucial para que estes jovens se mantenham interessados na música até o momento em que de fato possam fazer parte da fanfarra. Este braço do programa cumpre justamente essa função: revitalizar e manter viva uma tradição que marcou várias gerações, não só de estudantes, mas de inúmeros indivíduos.

A iniciativa envolve estudantes da Rede Municipal de todas as faixas etárias. Do ponto de vista material, o pré-requisito não é a idade, mas sim a capacidade de manusear os instrumentos. Obter boa frequência e rendimento mínimos na sala de aula também são necessários para integrar as fanfarras.

Somando as três escolas, são 247 alunos integrando as bandas atualmente. Os três pelotões que compõem cada uma das fanfarras ensaiam três vezes por semana. Em duas delas, os grupos de percussão, sopro e coreografia encontram-se separadamente e, na terceira, treinam todos juntos. Os ensaios acontecem no contraturno das aulas regulares destes estudantes.

A música favorece o desenvolvimento cognitivo

O Programa Música na Escola está fundado em aspectos pedagógicos como o exercício do ritmo, do canto, do conceito de lateralidade, entre outros. Ele buscar incentivar o gosto artístico, mas também o lado físico, motor e a cognição e, desta forma, contribuir para a construção de conhecimento significativo, uma vez que a música favorece o desenvolvimento cognitivo das crianças e adolescentes.

Atualmente, o programa atende 3.500 estudantes de 66 escolas da Rede Municipal. As aulas são ministradas por 42 professores-monitores; profissionais habilitados para o ensino prático da música, em quatro subprojetos: Cantando na Escola, Música em Ação, Instrumenta e Orquestra Sinfônica Infantojuvenil de Feira de Santana.

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