Gabriel Gonçalves
A presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) Feira de Santana, Edna Queiroz, utilizou a tribuna livre da Câmara Municipal na manhã desta quinta-feira (4), para reivindicar contra o encerramento de um programa do Núcleo Especializado para Pessoas de Espectro Autista (Nepea), deixando 85 crianças desassistidas.
Em entrevista ao Acorda Cidade, a presidente informou que esta ação prejudica não só as crianças com necessidades especiais, mas também toda família.
"Recentemente, há cerca de um ano, nós conseguimos um projeto do PCD do Ministério da Saúde para estar atendendo mais 85 crianças e contratando mais 15 colaboradores, mas infelizmente agora no dia 28 de outubro, esse projeto foi encerrado, tentamos até dar continuidade mas não foi possível. Nós não podemos ver estas crianças em casa, elas precisam da Apae, precisam aprender muito, se desenvolver para o futuro", explicou.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
De acordo com Edna Queiroz, a Apae Feira de Santana, está no aguardo do recebimento de verbas que chegam a mais de R$ 250 mil.
"Nós estamos com algumas pendências a receber ao exemplo de uma verba de subvenção que é de 2020, uma parceria de seis meses, chamamento público e a Apae vive de doações para que os trabalhos possam ser continuados aqui em Feira de Santana. Hoje mesmo, o presidente Fernando Torres nos garantiu junto com outros vereadores que irá nos ajudar, iremos a Brasília e teremos aí uma ajuda de mais de R$ 2 milhões e com a graça de Deus irá chegar. Mas, a gente também está no aguardo de outras verbas, como a Subvenção Social de R$ 47 mil, o Chamamento Público de R$ 119 mil, a parte da confeitaria no valor de R$ 28 mil e a parceria de seis meses no valor de R$ 58.200. São projetos, e sempre estamos em busca de novos apoios para que possamos sempre dar este auxílio a todas estas famílias", destacou.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Martasaula Santos de Castro, também esteve presente na Câmara Municipal com outros pais de autistas. Ao Acorda Cidade, ela explicou que após o filho ser desligado do Nepea, muitas crises estão acontecendo dentro de casa.
"O meu filho tem autismo atípico, um autismo junto com a hiperatividade e ele deixou de ser assistido, fazia parte dessas 85 crianças e que infelizmente a verba não está sendo repassada para o Núcleo. Com isso, todas estas crianças não estão mais tendo toda a assistência que tinham, como a terapia, fisioterapia, neuropediatra, musicoterapia. Meu filho mesmo está chorando muito dentro de casa, grita, e só nós, mães de autistas sabemos como é importante ter estes recursos, por isso estamos lutando para que a verba seja repassada para que essas crianças sejam assistidas novamente", afirmou.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
O Núcleo fica localizado na Rua Paulo Afonso, bairro Jardim Cruzeiro.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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